• Colunistas

    Sunday, 05-May-2024 09:37:32 -03
    Silvia Corrêa

    Drone: aliado ou inimigo?

    08/11/2015 02h00

    Vídeo de animais e suas peripécias sabidamente fazem sucesso na internet. Mas há um roteiro em alta: a disputa entre eles e os drones.

    Cada vez mais baratos (há modelos por até R$ 200), os veículos aéreos não tripulados, criados para fins militares, já controlam plantações e plataformas de petróleo, ajudam no policiamento, pesquisam a atmosfera e vigiam fronteiras.

    Com objetivo claro ou por puro lazer, o registro de imagens aéreas virou mania em alguns países. Nos Estados Unidos, a estimativa é que 1 milhão de drones sejam vendidos até o Natal, segundo o "New York Times". E incidentes nos sobrevoos estão bombando na internet.

    O drone de Christopher Schmidt foi atacado por um gavião num parque de Massachusetts enquanto era usado para uma vista panorâmica da região. O vídeo foi para o YouTube, onde o encontro já foi visto mais de 5 milhões de vezes.

    Ilustração Tiago Elcerdo
    #ARSAO0811 BICHOS

    É o mais popular da categoria, mas há muitos outros: cães, gatos, crocodilos, gansos, búfalos e onças derrubando os aparelhos a socos, bicadas, mordidas e patadas.

    Um dos melhores foi o que postou a equipe do Royal Burguers' Zoo, da Holanda. No vídeo, feito pelo próprio equipamento que espionava macacos, vê-se um chimpanzé, numa das árvores mais altas do recinto, derrubando o drone com uma vara.

    Ajudar a entender a vida selvagem tem sido uma das utilidades dos equipamentos. Eles monitoram a saúde das baleias e ajudam a reduzir a caça de elefantes, mas, durante essas missões, machucam e espantam as aves. Há vários registros que mostram essas colisões.

    Tem mais. Um estudo feito com ursos mostra que a frequência cardíaca desses animais pode aumentar até 400% com a aproximação de um veículo aéreo não tripulado, estresse apenas comparável ao que eles manifestam ao serem caçados.

    É hora de refletir. Parece que os drones, como outros frutos do avanço tecnológico, não são essencialmente bons nem maus. Tudo depende do uso que vamos fazer deles.

    sílvia corrêa

    Formada em jornalismo e veterinária. Atuou por 13 anos na Folha. Co-autora de 'Medicina Felina Essencial' (Equalis) e 'A Caminho de Casa' (Ed. de Janeiro). Escreve aos domingos.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024