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    Silvia Corrêa

    Briga de cão e gato

    28/02/2016 02h02

    A polêmica está lançada. Donos de cães são mais felizes e menos neuróticos do que donos de gatos. Essa é uma das conclusões de um estudo conduzido pela psicóloga Katherine Jacobs Bao e apresentado no começo do mês na convenção da Society for Personality and Social Psychology, em San Diego (EUA).

    Bao se dedica ao estudo da felicidade. De acordo com seu currículo, ela busca explicações científicas para entender o que leva o ser humano a ser feliz e como manter e aumentar os níveis de felicidade. Uma de suas linhas de pesquisa investiga a associação entre o bem-estar e a convivência com animais de estimação. Daí saiu o estudo.

    Ilustração Tiago Lacerda

    O grupo de Bao encaminhou questões para 263 norte-americanos adultos, entre 19 e 68 anos. Desses, 64% disseram ter animal de estimação (40,5% cães, 53% gatos e os demais, outros).

    As perguntas foram organizadas de forma a identificar com que intensidade cada traço de personalidade se expressava. Os psicólogos trabalham com cinco grandes grupos: neuroticismo ou instabilidade emocional, extroversão, amabilidade, autodisciplina e receptividade ao novo.

    Bao concluiu que as pessoas que convivem com cães se dizem mais felizes e mais satisfeitas com a vida e afirmam experimentar emoções positivas com mais frequência. Donos de cães também pontuam mais no quesito autocontrole, o que significa que consideram com mais seriedade seus deveres e têm mais facilidade de controlar impulsos.

    Donos de gatos reúnem mais características de neuroticismo ou instabilidade emocional; experimentam com mais frequência emoções como raiva, ansiedade e depressão, sendo mais vulneráveis ao estresse. Nos demais traços, não houve diferenças estatisticamente significantes.

    O estudo não tenta explicar as diferenças. Portanto, mesmo que com alguma base no mundo real, ainda é preciso descobrir se é a personalidade de alguém que influencia a escolha por um cão ou um gato ou se é o próprio animal adotado que, ao longo dos anos, ajuda a moldar o humano. A pesquisadora crê em uma via de mão dupla. E você?

    sílvia corrêa

    Formada em jornalismo e veterinária. Atuou por 13 anos na Folha. Co-autora de 'Medicina Felina Essencial' (Equalis) e 'A Caminho de Casa' (Ed. de Janeiro). Escreve aos domingos.

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