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    Silvia Corrêa

    A creche de Pandora

    08/05/2016 02h00

    A separação veio depois de seis anos de casamento. Ela para um lado, ele para outro. Ela ficou com Pandora. Ele levou Max. E agora?

    Acostumada à presença do pai, já aposentado, Pandora, uma jovem da raça labrador, não se conformou com a casa vazia. A mãe trabalha o dia todo. E Pandora... Chora.

    Quando a mãe chega em casa, após exaustiva jornada e horas no trânsito, Pandora está desesperada: pula sem parar, late, morde móveis. Necessita gastar energia exatamente quando a dona precisa desacelerar.

    A solução foi buscar um lugar onde ela possa passar o dia. Foi assim que o day care para cães entrou na vida de mais uma família paulistana.

    Elcerdo

    O serviço está em alta: há espaços com piscina, câmeras de segurança que transmitem a rotina do cão em tempo real, passeios na rua, caminhadas na esteira etc.

    A maioria dos "alunos" pertence a famílias para lá de padrão: gente que trabalha fora e não tem o tempo que gostaria para se dedicar. Mas também há nas creches gordinhos em busca de exercício, velhinhos que requerem fisioterapia e até cães para os quais foi a última esperança, após distúrbios de comportamento por falta de interação.

    Para evitar a perda de clientes, muitos locais oferecem transporte para esses novos filhos paulistanos. Mas a facilidade não deve ser a única variável a ser considerada.

    Descarte aqueles que não tenham veterinário responsável ou que não exijam carteira de vacinação e comprovante de vermifugação; quem não exige de um, não exige de ninguém.

    Prefira os que demandam período de adaptação: como nas creches, o responsável tem de acompanhar o animal por algumas horas, no primeiro dia de aula, para ver como se comporta. A medida desagrada pais mais atarefados, mas evidencia a tentativa de evitar acidentes.

    Nessas horas de adaptação, observe limpeza, retirada das fezes, segurança contra fugas, índole dos outros cães e interação entre alunos e monitores. Creche boa, afinal, é aquela para a qual o cão adora ir e da qual volta mais obediente, sociável e, claro, exausto de brincar.

    sílvia corrêa

    Formada em jornalismo e veterinária. Atuou por 13 anos na Folha. Co-autora de 'Medicina Felina Essencial' (Equalis) e 'A Caminho de Casa' (Ed. de Janeiro). Escreve aos domingos.

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