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    Silvia Corrêa

    Fazer dieta de bichos por conta própria pode trazer riscos ao animal

    02/04/2017 02h00

    Risotinho de frango, tropeirinho de carne, cordeirinho na moranga. O cardápio dá água na boca, mas não é para o seu bico. Os pratos são opções oferecidas por empresas que se dedicam a produzir comida caseira para cães e gatos.

    A ideia parece ter cada vez mais simpatizantes, mas responde por só 1% do mercado de alimentação para pets.

    Por trás da estatística estão famílias que querem oferecer ao animal algo mais saudável, sem corantes e conservantes. O problema é quando elas fazem isso por conta própria e transformam o suposto benefício em risco.

    Cães, por exemplo, não devem comer cebola e alho, pois ambos podem induzir a destruição das células vermelhas do sangue e causar anemia. E, se há histórico de cálculo renal, eles não devem ingerir beterraba e vegetais de folhas escuras, como couve.

    Gatos são carnívoros e precisam de dietas à base de proteína. Para eles, o aminoácido taurina é fundamental e deve ser oferecido na alimentação, sob o risco de o deficit levá-los à cegueira e a problemas cardíacos.

    Parece fácil, mas não é. E, a longo prazo, o animal pode adoecer por falta de nutrientes.

    Ao ler isso tudo, talvez você pense que, quando era criança, tudo que alimentava a sua família acabava também no pote dos animais. É verdade, mas naquela época eles também não viviam tanto.

    Ilustração Rodrigo Fortes

    *

    Sim, vai ter ovo...
    Para quem não abre mão de dar um agrado para o animal na Páscoa, os petshops estão inundados de ovos para cães. A maioria é feita à base de lecitina de soja e aromatizada artificialmente —disponíveis para todos os bolsos, custam a partir de R$ 6. Neles não há cacau, que contém teobromina, um ingrediente da família da cafeína que pode causar vômito, sangramentos, alterações cardíacas, excitação e morte.

    ... mas sem chocolate
    Chocolates são perigosos para cães e gatos. O problema é a teobromina, como mencionado ao lado. O maior perigo são os produtos amargos. Para um cão de dois quilos, 13 gramas da versão amarga ou 115 gramas da branca podem ser tóxicas. Já para um animal de mais de 30 kg são necessários mais de dois quilos de chocolate ao leite para resultar em problemas, mas só 200 gramas do amargo.

    sílvia corrêa

    Formada em jornalismo e veterinária. Atuou por 13 anos na Folha. Co-autora de 'Medicina Felina Essencial' (Equalis) e 'A Caminho de Casa' (Ed. de Janeiro). Escreve aos domingos.

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