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    Silvia Corrêa

    Criação de setores em casa pode evitar conflitos entre gatos déspotas e párias

    14/05/2017 02h00

    Se você tem muitos gatos, deve esquecer que mora em uma casa. A partir de agora, você se mudará para um território felino, diz a médica veterinária Daniela Ramos, criadora de um jogo para tentar promover interações mais amistosas nessas residências. O primeiro passo é se lembrar que os recursos (liteira, água, comida, esconderijos e brinquedos) devem ser distribuídos tendo duas coisas em mente. Primeiro: manter os animais juntos ou separados. Segundo: a natureza dos gatos.

    Gatos gostam de setorizar o ambiente. Se nós humanos temos o hábito de comer e, em seguida, beber, saiba que isso não é nada felino. Eles não gostam de água perto da comida. O setor para a água é um. O da comida, outro. E não se esqueça dos outros setores de xixi/cocô, brincadeiras e esconderijos. Cada um deve ficar em um local da casa. Nas casas "multigatos", é preciso multiplicar cada um desses setores.

    Vamos imaginar que você tenha um grupo com um déspota (um gato que só se relaciona agressivamente com os demais), um pária (que é alvo da agressividade de outros) e alguns que estabelecem relações ora afiliativas ora agressivas entre si.

    Se você tem essa dinâmica e uma única área de alimentação, não é evidente que os animais se encontrarão e isso causará estresse? Já se você criar diversas áreas de alimentação (sacada, área de serviço, banheiro), eles se organizarão para não se encontrarem.

    Se mesmo multiplicando os setores eles ainda se cruzarem, será hora de reforçar a estratégia com o setor de esconderijo. Se o acesso à área de comer for um corredor com tocas e prateleiras, os gatos poderão se refugiar ao notar a chegada do déspota. Do contrário, o conflito tende a ser inevitável.

    O setor das brincadeiras deve estar em cantos (gatos adoram arranhar cantos). E, a exemplo dos esconderijos, é possível incorporá-lo na decoração da casa com bom gosto. O importante é multiplicá-los.

    Rodrigo Fortes/Folhapress
    ilustração Silvia Corrêa
    sílvia corrêa

    Formada em jornalismo e veterinária. Atuou por 13 anos na Folha. Co-autora de 'Medicina Felina Essencial' (Equalis) e 'A Caminho de Casa' (Ed. de Janeiro). Escreve aos domingos.

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