• Colunistas

    Friday, 03-May-2024 02:48:51 -03
    Silvia Corrêa

    Chegada do inverno traz dilema sobre a necessidade de banhar cães e gatos

    25/06/2017 02h00

    Ilustração Rodrigo Fortes

    Há quem diga o que você quiser ouvir. De um lado estão os que afirmam que banho resseca a pele. De outro, aqueles que sustentam que é a água do banho que mantém a necessária hidratação cutânea. O dilema vale para humanos e animais e aumenta com a chegada do inverno: banhar ou não banhar os pets, eis a questão.

    Vamos aos fatos.

    Verão úmido e inverno seco são as principais características do clima tropical. Na estação mais fria do ano chove, em média, cinco vezes menos do que no verão. Claro que cai a umidade do ar e, portanto, o corpo (nosso e dos animais) tende a perder água para o ambiente. Não bastasse, todos nós bebemos menos água no inverno, o que reduz ainda mais nosso nível médio de hidratação. Portanto, não há o que discutir: por mais de uma razão, a pele tende a ressecar no inverno.

    O impasse é se banhos aceleram ou ajudam a evitar esse processo. Isso depende do banho. Banhos com água muito quente e com produtos que tenham apenas detergente (xampus bactericidas ou sabonetes, por exemplo) tendem a remover a camada lipídica que mantém as células da pele presas umas às outras, permitindo a descamação e aumentando a perda de água. Portanto, ressecam a pele.

    Já banhos com água morna e produtos hidratantes, como ureia, aloe vera e aveia coloidal, por exemplo, têm ação inversa, porque tais produtos conseguem atrair a água e retê-la na pele, impedindo a perda acentuada para o ambiente.

    Claro que não é recomendável banhar o animal no dia mais frio do ano, pois aí o problema não vai ser a pele, e sim o choque térmico e a possibilidade de doenças respiratórias. Mas um banho cuidadoso, quinzenal, numa tarde ensolarada de inverno, ajudará a remover a poeira que agride a epiderme e evitará a coceira causada pelo ressecamento cutâneo. Eis a resposta.

    sílvia corrêa

    Formada em jornalismo e veterinária. Atuou por 13 anos na Folha. Co-autora de 'Medicina Felina Essencial' (Equalis) e 'A Caminho de Casa' (Ed. de Janeiro). Escreve aos domingos.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024