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    Silvia Corrêa

    Vacine seu bicho contra a raiva, uma doença sem cura e fatal

    30/07/2017 02h00

    Rodrigo Fortes
    ilustração da coluna Bichos de Sílvia Corrêa de 30.jul.2017

    Acabo de sentar diante do meu computador depois de enrolar horas para escrever esta coluna. O impasse me tortura há dias: como abordar a importância da vacinação contra a raiva em um domingo, de forma a tornar a leitura um momento agradável?

    Desisti. E desisti pelo simples fato de que não há nenhum esforço linguístico que possa ser melhor do que um recado curto e claro: vacine seu cão e seu gato contra a raiva, porque ela é uma doença sem cura, fatal e que acaba de matar a dona de um petshop no Recife.

    Por anos, a raiva foi um grave problema de saúde pública no país, o que só começou a mudar na década de 1980, após o início das campanhas de vacinação em massa de cães e gatos.

    Graças às campanhas, Pernambuco estava sem casos da doença entre pacientes humanos desde 2004. O Estado de São Paulo registrou o último caso em 2011, quando uma mulher foi contaminada pelo próprio gato em Dracena, no interior.

    Na cidade de São Paulo, a notícia é melhor: não há casos de raiva entre humanos desde 1981. Mas, no final e 2011, uma gatinha morreu de raiva em Moema, na zona sul, após 30 anos sem o registro da doença entre animais domésticos na capital. Cinco dias antes, a gata havia caçado um morcego, que foi retirado de sua boca pela responsável pelo animal.

    Há uma série de erros no caso. O primeiro é que a gata, recolhida da rua, ainda não havia sido vacinada. O segundo é o fato de a dona do bicho tocar no morcego, o que é absolutamente contraindicado.

    A raiva é uma doença viral transmitida pela saliva de qualquer mamífero (incluindo morcego, cão e gato). O vírus se instala no cérebro e mata em cerca de sete a dez dias. No mundo, há registro de apenas três pessoas que sobreviveram à infecção, todas com sequelas bem importantes.

    Agosto é conhecido como o mês do cachorro louco (com raiva) porque as mudanças climáticas induzem o cio de um número maior de fêmeas, o que leva a mais briga entre machos e, historicamente, a um maior número de casos da doença. Por isso, é também o mês das campanhas anuais de vacinação.

    Cheque no site da prefeitura da sua cidade quando a vacina será aplicada gratuitamente no seu bairro. E, se não for, pague pela dose em um clínica veterinária.

    Talvez sejam os R$ 100 mais bem investidos do seu mês. Porque não tem juros melhor do que manter a vida.

    *

    A coluna "Bichos" é publicada todos os domingos na "revista sãopaulo"

    Gabriel Cabral/Folhapress
    Chamada mobile da edição de 30.jul.2017 da revista sãopaulo - especial vinhos
    Clique para acessar a edição da revista sãopaulo e o especial sobre vinhos
    sílvia corrêa

    Formada em jornalismo e veterinária. Atuou por 13 anos na Folha. Co-autora de 'Medicina Felina Essencial' (Equalis) e 'A Caminho de Casa' (Ed. de Janeiro). Escreve aos domingos.

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