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    Tales Andreassi

    Vender não é suficiente

    DE SÃO PAULO

    20/04/2013 23h13

    Nos dias de hoje, a impressão que temos é a de que basta alguém ter alguma ideia que envolva a internet para que ela seja um grande sucesso. As capas de revistas estão repletas de exemplos de empreendedores que montaram um e-commerce e ficaram milionários do dia para a noite. Mas as coisas não são bem assim.

    Tenho convivido com vários empresários que montaram sites para comercializar produtos pela rede, de todos os tipos e procedências. A grande maioria não consegue efetivar mais do que meia dúzia de vendas por dia, com faturamento que não ultrapassa a casa dos R$ 5.000 por mês.

    Mas por que alguns dão certo e outros não? Certamente há diversos motivos, mas um deles, no meu entender, é que as empresas de sucesso integram em seu modelo de negócios as ferramentas e as possibilidades de interação com o consumidor que a internet oferece.

    A web não é apenas um veículo para comercialização de seus produtos. As companhias bem-sucedidas nesse meio não vendem sapatos, produtos eletrônicos ou livros, mas, sim, criam algo que as diferenciam perante seu público-alvo.

    Desta forma, ao adquirir um livro pela rede, o usuário tem à disposição uma lista de produtos similares que foram comprados por pessoas que optaram pelo mesmo título que ele.

    Outro exemplo é a empresa especializada em artigos esportivos que contratou consultores para auxiliar seus clientes durante o processo de aquisição, reduzindo as escolhas erradas e, com isso, o número de reclamações e devoluções.

    Antigamente, você entrava em uma loja, comprava um sapato e saía feliz da vida. Hoje, quando usa a internet, exige mais para se tornar um consumidor assíduo.

    É preciso que você tenha uma experiência singular, aprenda sobre o produto, conheça itens parecidos, obtenha descontos e não sofra com problemas de entrega -daí a importância de uma logística eficiente e de um bom centro de distribuição.

    Por fim, é preciso que o consumidor leve algo a mais, para que ele tenha a sensação de que a experiência valeu a pena e comece a pensar em sua próxima compra.

    tales andreassi

    Escreveu até junho de 2016

    É professor e vice-diretor da Escola de Administração de Empresas da FGV-SP.

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