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    Tales Andreassi

    A hora de largar o osso

    16/06/2013 02h00

    Uma das maiores virtudes de um empreendedor é saber quando parar. A saída de um negócio pode se dar por diversos motivos: um deles, o mais frequente, é a falência financeira. Geralmente, o encerramento das atividades por essa razão gera muita frustração, sendo comuns relatos de depressão.

    O importante é não esperar chegar ao fundo do poço. Ao perceber que o empreendimento não tem mais jeito, muitas vezes pela adoção de um modelo de negócios deficiente, o melhor a se fazer é fechá-lo e partir para outra.

    Dê um tempo, tire um período sabático, volte ao mercado de trabalho, pelo menos até aparecer a próxima ideia. Lembre-se de que, mesmo que a iniciativa não tenha dado certo, é inestimável toda a aprendizagem que ela lhe proporcionou. Isso certamente irá lhe ajudar em seus futuros projetos.

    Outro motivo que leva as pessoas a largarem a empresa é o cotidiano da operação -- atender clientes, contatar fornecedores, resolver problemas com banco, contabilidade etc.
    Muitos empresários gostam mesmo é de colocar o projeto em pé, encontrar o local, criar o produto, identificar clientes, inovar. Se esse é o seu caso, não queira virar um gestor do dia para a noite. Especialize-se em criar negócios, e, quando o empreendimento já estiver a todo vapor, venda e comece outro. No ramo de restaurantes, isso é relativamente comum.

    A perda de motivação, causada por doença ou cansaço, por exemplo, também é um sinal para que o empresário pense em parar. O empreendedorismo exige uma pessoa 100% focada e, muitas vezes, ao insistir em permanecer à frente do seu negócio, você pode prejudicá-lo.

    Uma empresa não é parte da sua família: desapegue-se. O melhor a fazer é encontrar um sucessor, contratar um gestor ou até mesmo passar o empreendimento para a frente.
    Hoje, já existem no Brasil companhias que intermedeiam a compra e a venda de empresas. Mas lembre-se: se essa for sua opção, é muito importante que a operação apresente lucro, caso contrário a negociação será muito mais difícil e com valores pouco atrativos. Por isso, o melhor é não esperar a situação ficar crítica.

    tales andreassi

    Escreveu até junho de 2016

    É professor e vice-diretor da Escola de Administração de Empresas da FGV-SP.

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