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    Tales Andreassi

    Barre seus rivais

    DE SÃO PAULO

    08/09/2013 02h00

    Um dos pontos a que todo empreendedor precisa prestar atenção ao iniciar um negócio é a construção de barreiras de entrada -algo que a empresa desenvolve para evitar que companhias rivais entrem em seu mercado e abocanhem um percentual dos clientes.

    Por exemplo, uma patente é uma barreira de entrada, pois vai criar limitações a algum concorrente que planeja desenvolver um produto muito semelhante ao seu.

    Outra forma de levantar barreiras é fazer parcerias ou contratos de exclusividade com fornecedores. Um exemplo real é uma empresa de mídia que cria anúncios em caixas de pizza. Antes de lançar o produto no mercado, o empreendedor contatou centenas de pizzarias, conseguindo a adesão exclusiva via um termo de parceria. Caso outra companhia tenha gostado da ideia e pensasse em fazer o mesmo, teria que procurar outra cidade, pois em São Paulo a maioria das pizzarias virou parceira de quem entrou primeiro no setor.

    Pode-se também construir uma barreira de entrada por meio do segredo, recurso muito utilizado no ramo de bares e restaurantes. Alguns chefs acabam desenvolvendo algumas técnicas que dão outro sabor ao prato -eles não revelam por nada esses pequenos truques, que fazem toda a diferença. A fórmula da Coca-Cola é outro exemplo de produto que se utiliza do segredo industrial.

    Uma licença ou permissão governamental pode ser também uma barreira de entrada, já que conseguir isso é algo difícil, que leva tempo e obriga a empresa a respeitar uma série de normas, tendo que investir dinheiro para tanto.

    Isso faz com que algumas pequenas empresas, sem estrutura e com falta de capital, acabem fora desse mercado.

    A própria estrutura de custos pode funcionar como um limitante. Se você tiver uma estrutura enxuta, bem azeitada, que lhe forneça uma margem bruta (receitas menos custos dos produtos ou serviços vendidos) satisfatória, facilmente você poderá diminuí-la para enfrentar um concorrente que resolveu se aventurar no seu setor. Ele muito provavelmente terá uma estrutura de custos maior do que a sua, pois não tem a mesma experiência.

    tales andreassi

    Escreveu até junho de 2016

    É professor e vice-diretor da Escola de Administração de Empresas da FGV-SP.

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