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    Tales Andreassi

    Negócios de época

    DE SÃO PAULO

    20/04/2014 02h00

    Quem entrou em uma loja na semana passada para comprar ovos de Páscoa pode ter achado que se trata de um grande negócio, em razão das filas e do tempo para se conseguir comprá-los. Pena que isso ocorra apenas uma vez ao ano.

    É o que chamamos de negócios sazonais: aqueles que possuem uma demanda muito variada ao longo do ano, concentrando suas vendas em determinados períodos. É o caso do chocolate, do sorvete, da loja de presentes, do clube aquático, das pousadas, entre outros.

    O primeiro ponto que um empreendedor deve levar em conta ao abrir um negócio sazonal é iniciar suas atividades de três a quatro meses antes do pico das vendas.

    Uma pousada na praia começar a operar por volta de setembro ou outubro. Assim, terá alguns meses para se preparar para a alta temporada do verão e usar esse período para fazer caixa.

    Outro ponto importante é o que fazer nos meses sem movimento. No caso das indústrias, é possível escolher produtos sazonais complementares –ou seja, uma fábrica de sorvetes pode produzir chocolates no inverno e uma confecção de moda praia pode também produzir malhas para os meses mais frios.

    Em alguns países, a legislação permite que uma empresa com baixa ocupação em determinados períodos do ano ceda seus funcionários para outras companhias, mas isso não é permitido no Brasil.

    Outra estratégia é diversificar. Lojas de chocolates, por exemplo, começaram a servir café em suas instalações para garantir um fluxo maior de pessoas no local.
    Por fim, trabalhar com um número maior de funcionários temporários, contratados apenas para o período de maior movimento e dispensados depois, pode ser uma alternativa.
    É bom não esquecer de aproveitar os meses de baixo movimento para investir em treinamento, testes de novos produtos e serviços, gozo das férias dos funcionários e pequenas reformas:
    tudo aquilo que, se fosse feito nas épocas de maior movimento, traria grande dor de cabeça ao empreendedor.

    TALES ANDREASSI é professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo da FGV de São Paulo. Escreve quinzenalmente, aos domingos, neste espaço

    tales andreassi

    Escreveu até junho de 2016

    É professor e vice-diretor da Escola de Administração de Empresas da FGV-SP.

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