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    Tales Andreassi

    Cabeças pensantes

    DE SÃO PAULO

    16/11/2014 02h00

    Nos últimos tempos, um dos setores que mais têm oferecido oportunidades para empreender é a indústria criativa.

    Enquadram-se nesse setor aquelas atividades que têm origem na criatividade, competência e talento de seus fundadores e funcionários, tais como artes, design, moda, música, propaganda, cinema, software, entre outras.

    Dados da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) mostram que, em 2011, havia 243 mil empresas classificadas como indústria criativa no Brasil, sendo elas responsáveis por 2,7% do PIB e 810 mil empregos. Os profissionais desses mercados recebem três vezes mais do que a média brasileira.

    Tais indústrias apresentam como principal vantagem o fato de não precisarem de ativos muito dispendiosos para funcionar, como plantas industriais, veículos ou máquinas. O ativo principal é o cérebro dos empreendedores.

    Por isso, essas atividades acabam por atrair muitos jovens, que buscam um trabalho desafiador e estimulante. Inclusive já existem incubadoras especializadas nesse nicho, como é o caso do Instituto Gênesis, da PUC-Rio.

    O grande desafio de um empreendedor na indústria criativa é tornar seu produto escalável, ou seja, permitir que ele consiga atingir um mercado mais amplo. Isso sem perder a qualidade e a originalidade que o caracterizaram no início de suas atividades. Outro sério problema é que a falta de experiência em gestão acaba comprometendo a expansão do negócio e, em muitos casos, ele acaba perdendo o direito sobre sua própria marca.

    No mundo da moda, por exemplo, é frequente encontrar exemplos de estilistas que tiveram grande destaque em razão da inovação e da criatividade, mas que não souberam se adaptar aos esquemas das grandes corporações.

    Um fato primordial para a consolidação da indústria criativa é que o país possua um sistema de propriedade intelectual ágil e que proteja o detentor dos direitos, evitando pirataria e cópia. Embora o Brasil tenha melhorado muito nos últimos anos, ainda temos muito a aprimorar nesse processo.

    tales andreassi

    Escreveu até junho de 2016

    É professor e vice-diretor da Escola de Administração de Empresas da FGV-SP.

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