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    Tales Andreassi

    De onde vem o dinheiro?

    17/04/2016 02h00

    Um dos principais desafios dos empreendedores é como conseguir dinheiro para iniciar seu empreendimento. No Brasil, na grande maioria dos casos, o financiamento de novos negócios é feito com capital próprio -seja dinheiro dos empreendedores ou de seus pais, amigos e parentes, os quais poderão ser ressarcidos quando o negócio decolar.

    Há alguns anos apareceram no país plataformas de financiamento coletivo, o "crowdfunding". Uma delas é o Catarse (www.catarse.me), que reúne projetos majoritariamente no setor de entretenimento e artes. As empresas recebem auxílio do público em troca de ingressos ou brindes.

    Mais recentemente, no entanto, começaram a aparecer plataformas de investimento coletivo, ou "equity crowdfunding", em que o investidor recebe uma participação acionária no negócio ou um título de dívida em troca do investimento. Um dos exemplos mais interessantes é o Broota (www.broota.com.br).

    Essas plataformas possuem regulamentação mais complexa, dado que suas captações devem ser informadas à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e seguir regras específicas, como, por exemplo, uma captação não superior a R$ 2,4 milhões.

    O investidor que deseja participar do negócio adquire um Título de Dívida Conversível, tornando-se em um primeiro momento credor de uma dívida, que pode ser convertida em participação na empresa caso o negócio dê certo.

    Dessa forma, o investidor só vai virar sócio quando o negócio já estiver um pouco mais sólido, evitando toda a burocracia brasileira que os acionistas têm que enfrentar quando o empreendimento não vai pra frente.

    Dentre as empresas da Broota que já conseguiram captação destacam-se a 123 Reformei, plataforma para reformas residenciais que conseguiu captar R$ 1,2 milhão, e a Pet Delícia, que fornece alimentação natural para cães e gatos, que arrecadou R$ 300 mil.

    O interessante é que as captações são lideradas por um investidor anjo bastante experiente, o que pode garantir uma maior segurança para investidores novatos.

    tales andreassi

    Escreveu até junho de 2016

    É professor e vice-diretor da Escola de Administração de Empresas da FGV-SP.

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