Há 25 anos, eu teria soltado foguetes pela chegada da Gap ao Brasil. Nos anos 1980, a marca fazia uma revolução no varejo semelhante à da japonesa Uniqlo hoje, redefinindo o básico urbano com versões charmosas de clássicos, a preço de banana.
De lá para cá, a Gap ganhou o mundo, pariu Banana Republic e Old Navy e pôs-se a chover no molhado. Bom exemplo são os moletons, bonés e camisetas enfeitados com sua logomarca que se tornaram necessidade básica de turistas brasileiros em visita aos EUA.
O hábito deve ter a ver com a chegada da marca e, ai de nós, com sua definição do "perfil" do consumidor local. De uma sem-gracice proverbial, o dito produto é destaque na nossa Gap, em detrimento de clássicos menos caretas, como as sambas-canções com estampas engraçadas.
No dia em que a visitei, a densidade demográfica no interior da loja dava de dez na média do JK, o que deve ter soado alvissareiro. A Gap vem engrossar, com Zara e Topshop, a oferta "vida real" do shopping.
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Interior da primeira filial brasileira da Gap, aberta em setembro no shopping JK |
As linhas bebê e criança são o melhor do pacote. Apesar de uma purpurina ou outra, seguem fazendo roupa fofa e sem modinha para uso diário, com ótimas cores e estampas.
Se os preços não são os americanos, tampouco destoam muito de produtos locais com menos bossa: o gorro com orelhinhas é R$ 50, o vestido de flores à Andy Warhol, R$ 150.
Mesmo criativamente combalida, a Gap adulta tem boa oferta de jeans a partir de R$ 139, mais achados esparsos: os shortinhos neon (R$ 139), os tricôs de verão (R$ 149) e um decentíssimo "trench coat" (R$ 450).
O preço realmente podia ser mais básico. Mas as meninas que se fotografavam na porta exibindo suas sacolas cheias nem ligaram.
CONCLUSÃO: queremos Uniqlo
Gap. Shopping JK. Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3152-6800.