Só me inteirei da existência da Mãe África quando uma amiga que sabe das coisas me levou lá, ainda a tempo de arrematarmos uns mimos natalinos de ótimo efeito e preço melhor ainda para o pessoal de casa.

Apesar do baita manequim vestido de orixá da vitrine, é duro notar a loja. A esquina é inusitada, o prédio parece residencial, a fachada foi inteira pichada e não há placa.

A oferta inclui peças de decoração, estatuária e materiais para práticas religiosas vindos do Congo, da Nigéria, do Mali e da África do Sul; roupas feitas aqui com tecidos de lá; e uma pequena (mas decente) biblioteca sobre religiões afrobrasileiras.

Pelos três ambientes, há desde miudezas, como anéis de chifre para guardanapos (seis por R$ 45) e máscaras de girafa para pendurar na parede (R$ 60), até extravagantes poltronas nigerianas cobertas de miçangas, requinte artesanal valendo o olho da cara (R$ 14 mil cada).

	Wesley J.Guedes/Folhapress
	Produtos da Mãe África, o estabelecimento que por pouco não passa batido na República

Abaixo do térreo, um socavão esconde belas cabaças entalhadas (a partir de R$ 150) e sementes e pós mágicos sem bula nem rótulo. Para não iniciados a fim de uma mandinga, resta o kit "banho africano harmonizador" (R$ 12).

O grosso das esculturas —animais, bonecas da fertilidade e ídolos de tamanhos, procedências e gosto variados— fica na sobreloja/mezanino, ao lado do setor "ao pai de santo elegante", com guias e vestes rituais chiquérrimas (em torno de R$ 250).

Para o comum dos mortais, o melhor são as camisas masculinas, com corte correto, algodões e linhos incríveis e aquela fartura de cores, padrões e técnicas de estamparia de que só a África é capaz —de R$ 125 a R$ 150. Uma pena que os vestidos, de modelagem assim assim, sejam só para as muito jovens e/ou magras.

CONCLUSÃO: descubra

Mãe África. Praça da República, 137, centro, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3231-4480.