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    Teté Martinho

    Preço baixo, mas pouco estilo

    DE SÃO PAULO

    02/02/2014 02h30

    Tinha para mim que o Espaço Santa Helena, poderosa loja de presentes na esquina da Oscar Freire com a Haddock Lobo, seria eterno. Mas, súbito, surge em seu lugar uma nova Riachuelo.

    "Diferenciada", note-se. Nem o desenho colorido da fachada, nem os peep-toes de salto dourado da vitrine (R$ 99) destoam da vizinhança fina. Por outro lado, você já vê vantagem de fora. Numa rua que só faz "sale", o slogan "liquida que eu gosto" é um alento, assim como a promessa de preço baixo.

    Wesley J.Guedes/Folhapress

    Tanto no layout quanto no que dá para entender do conceito, a loja lembra a Topshop, magazine inglês que reinventou o gênero juntando preço bom (originalmente) e pegada "fashion". Ao som de um tecno, a Riachuelo oferece as modinhas da hora ou nem tanto (regatas com cruzes, shorts rasgados), cotadas entre R$ 70 (tops, jeans) e R$ 100 (vestidos).

    Aqui e ali, salpicam peças mais ousadas -shorts de paetê azul, um sapato de fetichista com tachas- e criações sazonais de estilistas e "personalidades" convidados. Dessas, restaram da safra 2013 peças como o minicaftan colorido de Dudu Bertholini (R$ 129) e o vestido com estampa retrô de Adriana Degreas (R$ 289).

    São exemplos de boa relação custo x estilo, algo que o grosso da oferta não acompanha. Com exceções, como a camisa de laise branca (R$ 89) e a linha de jeans skinny (R$ 69), as araras só ilustram a fast-fashion a atropelar estilo e qualidade. Sem eles, não há endereço fino, preço atraente e cacoetes "bacanas" —como as imagens de praias turquesa, certamente para nos deixar propensos ao consumo de consolação— que salvem.

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