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    Tostão

    Além do futebol

    DE SÃO PAULO

    01/06/2014 02h00

    Há quase um consenso de que Brasil (o mais cotado), Alemanha, Argentina e Espanha são os favoritos ao título mundial. Alguns incluem a Itália, pela tradição. Outros tiram a Espanha, o que não concordo, que estaria decadente, especialmente Xavi, símbolo de um estilo.

    O segundo grupo, com vários times próximos dos quatro favoritos, é maior que nas Copas anteriores, o que pode melhorar a qualidade do torneio. Dessas seleções, a que mais gosto, pelos últimos jogos, é a França. Há um exagero nos elogios à Bélgica, uma boa equipe.

    Se o técnico Sabella, contra fortes seleções, marcar mais atrás, proteger mais os defensores e priorizar o contra-ataque, já que tem jogadores velozes e excepcionais para isso (Messi, Agüero, Di María e Higuaín), a Argentina ficará muito mais forte.

    Se Del Bosque tiver Diego Costa em condições e aproveitar sua velocidade, força física e eficiência no jogo aéreo, em vez de tentar adaptá-lo à troca de passes, será difícil derrotar a Espanha. Se Joachim Löw tiver seus principais jogadores em boas condições, escalar Lahm de lateral, e não de volante, pois o reserva da lateral é muito fraco, e pôr o veterano Klose somente se estiver bem, e não porque pode bater o recorde de gols em Copas de Ronaldo, a Alemanha será também ainda melhor.

    Se Felipão usar muito bem os laterais no apoio, especialmente Marcelo, o mais habilidoso e criativo jogador ofensivo do Brasil depois de Neymar, e, ao mesmo tempo, não permitir que os rivais explorem os espaços nas costas dos dois alas, o Brasil será ainda mais favorito. Daniel Alves e Marcelo, em seus clubes, quando o time perde a bola, muitas vezes, erradamente, se posicionam ao lado dos volantes, em vez de ao lado dos zagueiros.

    A única seleção que, se for vice, será tratada como fracasso é a do Brasil. Não deveria ser assim. Futebol é patrimônio nacional, mas há muitas outras coisas mais importantes que ele e a Copa. Essa é a mensagem das ruas.

    tostão

    Médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa de 1970. Afastou-se dos campos devido a um problema de descolamento da retina. Escreve às quartas-feiras
    e aos domingos.

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