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    Tostão

    Gol do Brasil - 7 a 2

    26/08/2015 02h00

    O rodízio de jogadores é uma boa conduta, uma necessidade, uma história de vida, como disse o humanista Carlos Osorio, por valorizar todos os atletas, desde que não seja exagerado, não mude radicalmente o sistema tático e que o elenco tenha dois jogadores do mesmo nível em quase todas as posições. Já escalar jogadores em funções que não sejam as que sabem executar não é moderno, não depende da cultura esportiva de um país e está errado, no Brasil e em todo o mundo.

    Isso é diferente de treinar com alguns jogadores fora de posição como fazem alguns técnicos, como Guardiola, para que eles, durante a partida, quando estiverem fora de suas funções, executem bem o que é necessário, como um volante, quando entra na área, para fazer um gol. Isso é importante, pois acontece com frequência.

    Lucas Lima tem jogado muito. A dúvida é se ele, na seleção ou em um grande time do futebol mundial, brilharia tanto. A maioria dos atletas que saem de uma equipe média (o Santos é um time médio em relação aos grandes da Europa) para uma maior desaparece no meio de tantos craques. Outros, como Douglas Costa, que foi de um time médio, o Shakhtar, para o poderoso Bayern, crescem e jogam mais do que imaginávamos.

    Lucas Lima deveria ser escalado desde o início, nos dois próximos amistosos da seleção brasileira. Quem sabe ele jogue como no Santos, ou até melhor, e seja o meio-campista que mais faz falta ao time brasileiro, com talento para atuar de uma intermediária à outra?

    O Corinthians é líder do Brasileirão porque é o time mais regular, o que tem o melhor trio de armadores, que marca, apoia e ataca, formado por Elias, Jádson e Renato Augusto, e que tem a defesa mais protegida pelo meio-campo, mesmo com um único volante fixo, Bruno Henrique.

    Quando o Corinthians está no ataque, perde a bola e não consegue recuperá-la onde a perdeu, os zagueiros ficam posicionados na intermediária, mais ou menos na mesma distância da grande área e da linha do meio-campo, com poucos espaços nas costas dos defensores e entre eles e os armadores.

    O time não joga de uma maneira ultrapassada, como a maioria das equipes brasileiras, com zagueiros encostados à grande área, nem da maneira mais moderna, como faz o Bayern e que tem feito o Atlético-MG, com os zagueiros muito próximos ao meio-campo.

    O Atlético-MG sofreu vários gols com bolas lançadas nas costas dos defensores, especialmente de Marcos Rocha. Contra o Palmeiras, Levir Culpi corrigiu, ao colocar o veloz e bom zagueiro Jemerson, pela direita e um pouco atrás do lateral, para fazer a cobertura, ainda mais que o rápido Dudu joga por esse lado.

    Levir, brincando, exagerando e falando sério, disse que não gosta do caneleiro volante Leandro Donizete, mas que ele é muito importante por causa da marcação e que, contra o Palmeiras, mostrou talento de um grande armador.

    O conceito de que o volante pode marcar bem e saber jogar futebol espalhou-se, felizmente, entre técnicos, jogadores e imprensa. Gol do Brasil! O placar agora é 7 a 2. Ainda é possível uma grande virada.

    tostão

    Médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa de 1970. Afastou-se dos campos devido a um problema de descolamento da retina. Escreve às quartas-feiras
    e aos domingos.

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