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    Tostão

    Celebração de festas e da vida

    17/08/2016 02h00

    Na retranca, a seleção feminina da Suécia empatou por 0 a 0 com o Brasil, e ganhou nos pênaltis.

    Hoje, a modesta Honduras, dirigida pelo colombiano Jorge Luis Pinto, treinador da seleção da Costa Rica na Copa de 2014, a grande surpresa daquele Mundial, deve repetir a estratégia usada na Copa, a de marcar com nove jogadores à frente da área e contra-atacar com velocidade, principalmente pelo lado do lateral direito Zeca, sempre mal posicionado.

    Zagallo, na Copa de 1958, percebeu que um time não podia ter apenas dois jogadores marcando no meio-campo. Quando o Brasil perdia a bola, ele recompunha pela esquerda e formava um trio no meio, com Zito e Didi. Quando a equipe recuperava a bola, Zagallo avançava como um ponta pela esquerda. Em 1962, fez o mesmo, o que foi repetido pela seleção na Copa de 1970, dirigida por Zagallo, com Rivellino. Hoje, a maioria das equipes de todo o mundo joga dessa forma, porém, dos dois lados. Quando perdem a bola, marcam com quatro no meio-campo (dois volantes e um meia de cada lado).

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    TERESOPOLIS, RJ, BRASIL, 23-07-2016: O jogador Gabriel Jesus, da Selecao Brasileira Olimpica, durante treino na Granja Comary, em Teresopolis. A Selecao Olimpica se prepara para o inicio dos jogos olimpicos no dia 04/08, em Brasilia. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, ESPORTE) ------//--------- TERESOPOLIS, RJ, BRASIL, 23-07-2016: O jogador Gabriel, da Selecao Brasileira Olimpica, durante treino na Granja Comary, em Teresopolis. A Selecao Olimpica se prepara para o inicio dos jogos olimpicos no dia 04/08, em Brasilia. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, ESPORTE)
    Gabriel Jesus, à esq., e Gabriel, atacantes que voltam para marcar

    A seleção olímpica, nos dois primeiros jogos, atuou como na Copa de 1954, antes de Zagallo, com apenas dois jogadores no meio-campo e com quatro na frente (4-2-4), com os dois Gabriéis, Neymar e o meia-atacante Felipe Anderson. Nenhum voltava para marcar. Por influência de Tite, a equipe mudou. Quando perdia a bola, jogava com um Gabriel de cada lado, marcando e atacando, em uma linha de quatro no meio-campo. Com isso, Neymar atuou mais livre pelo centro, formando dupla com Luan. O time melhorou.

    Enquanto isso, a bola rola no Brasileirão. Quase todos os times marcam também com quatro no meio-campo. Apesar de Bolaños ter perdido vários gols na vitória sobre o Corinthians, o Grêmio tem agora um atacante veloz, que se infiltra entre ou nas costas dos zagueiros, para receber a bola. Se o Corinthians for campeão —é um dos candidatos ao título—, com a dupla de atacantes formada por André e Romero, será um descrédito para o campeonato.

    O Santos, bastante desfalcado, ganhou por 3 a 0 do Atlético-MG, apontado como o maior favorito, por causa de cinco vitórias seguidas. Agora, o melhor é o Palmeiras. De novo. Até quando? Imagino que se o Santos, na Vila Belmiro, jogar com o time juvenil contra qualquer adversário, é favorito. Deve ser por causa dos fantasmas, vivos ou mortos, dos grandes craques do passado, que habitam o estádio e que ficaram impregnados no inconsciente coletivo dos jogadores, desde as categorias de base. Além disso, os adversários tremem na Vila.

    Apesar de alguns acidentes e de algumas bandidagens, a Olimpíada continua majestosa. O Rio, além da beleza, sabe celebrar as festas e a vida. Os atletas, além de profissionais, se emocionam e lutam por algo inexplicável, que transcende a conquista da medalha de ouro e os ganhos materiais.

    Chamada - Rio 2016

    tostão

    Médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa de 1970. Afastou-se dos campos devido a um problema de descolamento da retina. Escreve às quartas-feiras
    e aos domingos.

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