• Colunistas

    Monday, 06-May-2024 04:40:13 -03
    Tostão

    Hoje é dia de muitos jogos e de bom futebol, na América do Sul e na Europa

    08/03/2017 02h00

    Começou ontem a fase de grupos da Libertadores. A derrota nos pênaltis para o Fluminense pode ter um efeito positivo para o Flamengo, que estava sendo excessivamente elogiado por causa de vitórias no Estadual. O time é bom, nada mais que isso. É previsível e cruza demais a bola na área. Muitos torcedores sentiram a falta de Márcio Araújo, que tem mais velocidade que Rômulo na cobertura dos defensores. Márcio Araújo não é tão ruim quanto falam, nem Rômulo é tão bom quanto dizem.

    No Palmeiras, espero que Felipe Melo não ache que Libertadores é uma guerra, para não correr o risco de ser expulso. Se, no Estadual, ele, com delicadeza, chacoalhou a cabeça de Dudu após um gol, imagine se fizer o da vitória contra o Tucumán. Os jogadores vão correr para um lado, e ele para o outro.

    O Santos vive um período de turbulência, principalmente motivado pela ausência de vários de seus principais jogadores. O Grêmio também vai estrear desfalcado.

    Rivaldo Gomes/Folhapress
    Felipe Melo comemora com Tchê Tchê um gol do Palmeiras
    Felipe Melo comemora com Tchê Tchê gol do Palmeiras

    No Atlético-MG, a esperança é que Roger forme um time bom e organizado, dentro e fora de casa. Nos campeonatos anteriores, mesmo quando foi campeão, havia uma grande diferença entre o Galo doido e criativo, em casa, e o Galo contido e confuso, fora.

    Porém, o jogo mais esperado em todo o mundo é o entre Barcelona e PSG, pela Liga dos Campeões. As chances do Barcelona são mínimas. Muito mais difícil ainda que fazer quatro ou cinco gols será não sofrer nenhum. Se o Barça se classificar, será heroico e histórico. Gaudí e Miró vão sair do túmulo para chorar, de felicidade, lágrimas de esguicho, como diria Nelson Rodrigues.

    Nas últimas partidas, Luis Enrique, pensando no jogo de hoje, mudou o sistema tático. O Barcelona tem atuado com dois atacantes abertos (Rafinha e Neymar) e mais dois pelo centro (Messi e Suárez). São quatro atacantes. Os seis restantes são divididos entre três defensores e três meio-campistas ou dois defensores e quatro meio-campistas. O jovem Sergi Roberto corre para frente e para trás durante toda a partida. Atua, ao mesmo tempo, de lateral-direito e no meio-campo. Achei confuso.

    Não faz mais sentido tentar definir, por números, o sistema tático do Barcelona e de outras equipes que, a cada instante, mudam a posição de seus jogadores. O importante é a função, não a posição.

    Existe também uma prática equivocada de achar que todas as ótimas jogadas coletivas são planejadas. Nem sempre. Muitas são decididas de improviso. Essa é uma das grandes qualidades dos maiores craques e das melhores equipes.

    Não houve uma queda coletiva do Barcelona neste ano, como tanto falam. O que aconteceu é que outras grandes equipes evoluíram e passaram a enfrentar o time catalão de maneira diferente, alternando a marcação mais recuada com a mais avançada, de acordo com a necessidade do momento. Antes, todos os adversários recuavam para fechar os espaços e contra-atacar ou alternavam os dois tipos de marcação por períodos pré-estabelecidos.

    A mudança que houve no Barcelona ocorreu anos atrás, após as saídas de Xavi e Guardiola e as chegadas de Neymar, Suárez e Luis Enrique. A equipe, que priorizava a troca curta de passes e o domínio do jogo e da bola, passou a privilegiar a velocidade na troca de passes para chegar ao gol.

    São as características dos craques, e não o desejo dos treinadores, que determinam o estilo das grandes equipes.

    tostão

    Médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa de 1970. Afastou-se dos campos devido a um problema de descolamento da retina. Escreve às quartas-feiras
    e aos domingos.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024