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    Tostão

    Há um excesso de jogos futebol em todo o mundo, de todos os tipos

    12/04/2017 02h00

    Alessandro Di Marco/Associated Press
    Paulo Dybala da Juventus comemora após marcar contra o Barcelona
    Paulo Dybala da Juventus comemora após marcar contra o Barcelona

    Existe um excesso de partidas em todo o mundo. Neste momento, ocorrem os estaduais, a Primeira Liga, que já morreu e se esqueceram de enterrar, a Copa do Nordeste, a Copa Verde, a Copa do Brasil, a Sul-Americana, a Libertadores, a Recopa, as Ligas dos Campeões e Europa e muitos campeonatos nacionais de todo o mundo, transmitidos ao vivo para o Brasil pelas emissoras de TV. E vem aí o Brasileiro. Isso sem falar nas dezenas de programas esportivos diários. É futebol demais, de domingo a domingo, sem folga.

    Estou viciado em futebol. Um vício perigoso e difícil de ser curado. Preciso de um ano sabático, para desfrutar mais de outros prazeres. Mas como não sou treinador -até os medianos ganham fortunas-, tenho de trabalhar.

    Há futebol de todos os tipos: ótimo, bom, ruim, péssimo, bonito, feio, com ou sem emoção, limpo e sujo, até com cusparadas. Há partidas e jogadores bons e ruins, aqui e na Europa. Não entendo como o zagueiro Rojo é titular da Argentina e do Manchester United, e como o zagueiro Mathieu joga no Barcelona.

    No fim de semana, Vasco e Flamengo, com todos os titulares, fizeram um péssimo jogo. Como o Vasco tem muitas limitações individuais, e o técnico Milton Mendes está no início do trabalho, é correto fortalecer a marcação e, aos poucos, melhorar o ataque. O Corinthians, pela estratégia, é o Vasco melhorado, pois tem jogadores superiores e mais tempo de conjunto.

    Há exageradas críticas ao Corinthians. É uma equipe organizada, muito bem defensivamente e que, aos poucos, evolui na criação de jogadas. Possui vários bons jogadores, especialmente Cássio, Fagner e Jadson. Mesmo com Romero, o Corinthians está mais ou menos no nível das melhores equipes brasileiras, fora o Palmeiras.

    Já Santos, eliminado pela Ponte Preta, e Flamengo são, ao contrário do Corinthians, excessivamente elogiados quando jogam bem e ganham. O Flamengo tem uma boa equipe, certinha, mas previsível. Diego e Guerrero são muito bons para o nível de futebol que se joga no país, mas, na média, são mais elogiados do que jogam. Quando fazem um ótimo lance, são endeusados.

    Se o Palmeiras não ganhar tudo neste ano, será uma decepção para os torcedores. Há uma exagerada expectativa. Coletivamente, é igual aos outros. Individualmente, é a melhor equipe sul-americana. Mas nem tanto. Ainda mais quando jogam Fabiano e Willian, dois medianos e esforçados jogadores.

    Na terça (11), a Juventus venceu o Barcelona por 3 a 0. A Juventus não é o Paris Saint-Germain. Com a vantagem de três gols, dificilmente vai permitir uma virada, ainda mais que o Barcelona não deve contar com erros da arbitragem, como ocorreu, nos 6 a 1, contra o time francês. A Juventus deu uma aula de futebol moderno, atacando e defendendo em bloco e alternando a marcação por pressão com o bloqueio na entrada de sua área.

    O grande jogo do dia é Bayern e Real Madrid, repleto de craques e muita técnica coletiva. Casemiro evoluiu, mas já mostrava, no São Paulo, que tinha bastante talento, embora fosse muito criticado. Na época, volante bom era o brucutu, que dava carrinhos e protegia a zaga. Casemiro queria jogar futebol.

    É jogo demais. O futebol é emocionante, prazeroso, quando bem jogado, mas não é a melhor nem a mais importante coisa do mundo. Prefiro sorvete de coco.

    tostão

    Médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa de 1970. Afastou-se dos campos devido a um problema de descolamento da retina. Escreve às quartas-feiras
    e aos domingos.

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