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    Tostão

    Grandes campeonatos estaduais do passado estão vivos na memória

    30/04/2017 02h00

    Tite e Zidane precisam conversar com Casemiro. Ele deveria ter sido expulso contra o Bayern e contra o Barcelona. Ele desarma muito, porém, às vezes, exagera na força física. O Real Madrid foi ajudado pelos erros do árbitro, contra o Bayern, por não ter expulsado Casemiro, pelo injusto cartão vermelho de Vidal e pelos dois gols irregulares de Cristiano Ronaldo, em impedimentos não marcados.

    No domingo passado, assisti, em Buenos Aires, pela televisão, à vitória do Barcelona sobre o Real, por 3 a 2. No outro dia, os jornais portenhos exaltaram a espetacular atuação de Messi. Um deles disse que, se Messi fizer o mesmo na final da Copa de 2018 e for campeão do mundo, a maioria dos argentinos vai reconhecer que ele é superior a Maradona, o que já acho há muito tempo, por ser mais completo.

    Se isso acontecer, a discussão irá além. Surgirão várias indagações, em todo o mundo, sobre quem seria melhor, Messi ou Pelé. Eu não teria nenhuma dúvida. Assim como Messi é mais completo que Maradona e Cristiano Ronaldo, Pelé era mais completo que Messi.

    Folhapress
    A equipe da Ponte Preta realizou o último treino antes da partida contra o Corinthians no domingo (30)
    A equipe da Ponte Preta realizou o último treino antes da partida contra o Corinthians no domingo (30)

    Hoje, é dia de decisões nos estaduais. Está evidente, neste ano, mais que em 2016, o equilíbrio entre os grandes times brasileiros, mesmo os de estados diferentes.

    Não foi surpresa o Atlético-PR vencer o Flamengo nem a Ponte Preta chegar à final do estadual. O Corinthians, desde o início da competição, está no nível dos outros. O Palmeiras, que possui o melhor elenco, não mostrou, na média de suas atuações, a esperada superioridade.

    Uma indagação frequente entre os comentaristas e nas perguntas dos repórteres aos treinadores é se o time vai esperar o adversário, fechar os espaços, para contra-atacar, ou se vai fazer uma marcação mais adiantada, alta (prefiro marcação "adiantada", pois "alta" é para cima).

    Quase todas as grandes equipes do mundo usam as duas estratégias, em uma mesma partida, de acordo com o momento do lance. Essa é a uma das boas evoluções recentes do futebol.

    Discordo, mas compreendo, por segurança, a decisão da Polícia Militar de não permitir clássicos com duas torcidas, mas é desastroso ver um Atlético-MG e Cruzeiro com apenas uma torcida, como será o segundo jogo, no Independência.

    No Rio, é dia de Fla-Flu. O jogo lembra-me a final de 1963, que terminou 0 a 0, e o Flamengo foi campeão. Foi o maior público entre clubes da história do futebol (194 mil torcedores). Eu estava presente, no meio da galera. Fui de Belo Horizonte para o Rio de ônibus, junto com amigos do bairro, todos com a mesma idade. Tinha 16 anos e já era titular da equipe principal do Cruzeiro.

    Há quase um consenso de que os estaduais deveriam ser mais curtos e servir de preparação. Mas, quando chegam as finais, voltam as lembranças dos grandes estaduais, quando eram as principais competições do país.

    Dá uma deliciosa nostalgia. Por outro lado, precisamos separar essa saudade do saudosismo, de achar que tudo do passado era melhor e de idealizar muitos fatos que, algumas vezes, nem existiram e que foram recriados, por nossa imaginação e memória, do jeito que gostaríamos que tivessem acontecido. "O que a memória ama, fica eterno" (Adélia Prado).

    As conexões entre fatos e sentimentos, reais e imaginários, estruturam e iluminam nossas vidas.

    tostão

    Médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa de 1970. Afastou-se dos campos devido a um problema de descolamento da retina. Escreve às quartas-feiras
    e aos domingos.

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