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    Tostão

    Treinadores precisam de respeito em vez de serem badalados ou execrados

    09/08/2017 02h00

    Rivaldo Gomes/Folhapress
    Sao Paulo, SP 18/02/2017 Brasil Campeonato Paulista 2017 jogo Audax x Corinthians. O Tecnico do Corinthians Fabio Carille. ( Robson Ventura/Folhapress ). EMBARGADA PARA VEICULOS ONLINE *** UOL E FOLHA.COM E FOLHAPRESS CONSULTAR FOTOGRAFIA DO AGORA *** FONES 32242169 3224 3342 ***
    Fabio Carille comanda treina do Corinthinas no início do ano

    No Brasileiro, o Corinthians tem menos posse de bola do que vários adversários, mas é o que mais troca passes e faz triangulações. Parece contraditório. Carille foi perguntado sobre isso e disse que vai estudar e trará a resposta. Estou aguardando.

    Anos atrás, influenciados pelo sucesso do Barcelona, muitos times passaram a jogar com os zagueiros adiantados e a sofrer muitos gols por causa dos lançamentos nas costas dos defensores. Dava certo no Barcelona porque a equipe, quando perdia a bola no campo do adversário, pressionava e a recuperava rapidamente, evitando o contra-ataque.

    Hoje, mudou a tendência. Várias equipes, como Chelsea, Corinthians e outras, preferem marcar atrás, não deixar espaços nas costas e entre os zagueiros, para, depois, contra-atacar. Marcam com oito a nove jogadores, próximos à grande área, como fazem as equipes pequenas, com a diferença de que, quando recuperam a bola, possuem qualidade para trocar passes e chegar à área adversária com muitos jogadores. São ofensivos e defensivos.

    O Flamengo e outras equipes brasileiras usam estratégias diferentes. A principal razão das más atuações e resultados e da queda de Zé Ricardo foi a excessiva expectativa, como se o time tivesse muitos craques. Os bons não são tão bons, e há vários titulares medianos. Os resultados abaixo do esperado geraram muitas críticas, que diminuíram a confiança da equipe, pioraram as atuações e criaram um ciclo negativo. Além disso, contra vários grandes, o Flamengo fez partidas equilibradas e poderia ter vencido.

    A relação dos torcedores com os treinadores é cada vez mais extremada, de raiva nas derrotas e de adoração nas vitórias. São influenciados pela exagerada importância que a imprensa dá a tudo o que os técnicos fazem, mesmo as coisas irrelevantes. É uma ilusão achar que tudo o que acontece no jogo é por causa da estratégia dos técnicos. Além disso, só um time ganha uma competição.

    Receio que Zé Ricardo tenha a carreira mutilada, como já aconteceu com outros treinadores após insucessos iniciais. Os técnicos, em vez de badalados nas vitórias e execrados nas derrotas, precisam de respeito, embora os treinadores também usufruam, com prestígio e altos salários, dessa insegurança e hostilidade.

    Rivaldo Gomes/Folhapress
    SAO PAULO, SP, 30/07/2017, BRASIL, 30/07/2017 - CAMPEONATO BRASILEIRO DE FUTEBOL SERIE A - 17:16:59 - O Corinthians faz partida valida pela decima setima rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol Serie A, no Itaquerao, na zona leste, contra o Flamengo. Ze Ricardo tecnico do Flamengo, durante a partida. (Rivaldo Gomes/Folhapress, VENCER) - ***EXCLUSIVO AGORA*** EMBARGADA PARA VEICULOS ONLINE***UOL, FOLHAPRESS E FOLHA.COM CONSULTAR FOTOGRAFIA DO AGORA***FONES 32242169 E 32243342***
    Zé Ricardo, que foi demitido do comando do Flamengo

    NEYMAR NO PSG

    Neymar deve atuar como na seleção, pela esquerda, com liberdade de se movimentar por todo o ataque. Como o PSG joga com um trio no meio-campo, sem um clássico meia de ligação, Neymar, quando avançar pelo meio, vai ocupar um espaço livre, para, então, definir a jogada. O mesmo acontece no time brasileiro. Já no Barcelona era diferente. Como Messi atua da direita para o centro, é ele quem ocupa esse espaço. Por isso, Neymar atuava muito mais pela esquerda, como um ponta.

    Algo parecido ocorre com Éverton Ribeiro no Flamengo. No Cruzeiro, ele ia da direita para o centro, onde se tornava o armador, o organizador do time, já que o meia Ricardo Goulart avançava como um segundo atacante. No Flamengo, o espaço pelo centro é ocupado por Diego, o armador do time, que, diferentemente de Ricardo Goulart, chega pouco à área, para finalizar.

    No Corinthians, a ida de um armador, Jadson, da direita para o centro funciona como era no Cruzeiro, pois Rodriguinho é um meia que se projeta muito mais à frente, para finalizar, próximo a Jô.

    tostão

    Médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa de 1970. Afastou-se dos campos devido a um problema de descolamento da retina. Escreve às quartas-feiras
    e aos domingos.

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