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    Tostão

    Ganhar a Copa Sul-Americana será importante para o Flamengo

    13/12/2017 02h00

    Juan Mabromata/AFP
    Jogadores do Flamengo comemoram gol marcado por Réver diante do Independiente
    Jogadores do Flamengo comemoram gol marcado por Réver diante do Independiente

    Desde a eleição do presidente Eduardo Bandeira de Mello, o Flamengo possui um projeto audacioso, moderno, de se organizar financeiramente e de, em pouco tempo, formar uma grande equipe para dominar o futebol sul-americano. O Palmeiras, com um forte investidor, tem o mesmo desejo. Mas quem ganhou o Brasileiro foi o Corinthians, o Cruzeiro foi o campeão da Copa do Brasil, e o Grêmio, da Libertadores. Três clubes sem o mesmo grau de investimento. O futebol, com frequência, atropela a lógica e o planejamento.

    Não basta ter dinheiro. O futebol também não é feito para burocratas. O Flamengo já possui uma boa situação econômica, contratou jogadores caríssimos, mas não formou uma ótima equipe. Faltou competência na construção do elenco, além de imprevistos, como a contusão do goleiro Diego Alves e a suspensão de Guerrero.

    Os melhores e mais regulares jogadores do Flamengo no ano não foram Diego, Éverton Ribeiro, Guerrero e outros mais badalados. Foram os zagueiros Réver, pela eficiência nas jogadas aéreas defensivas e ofensivas, e, sobretudo, o veterano Juan, 38 anos, pela classe e talento.

    Flamengo, Palmeiras e os grandes clubes brasileiros pagam salários altíssimos para treinadores, jogadores e, agora, diretores executivos, como se eles trabalhassem nos maiores clubes do mundo. Segundo noticiários, os executivos de Flamengo e Palmeiras ganham mais que os executivos das maiores empresas multinacionais. Tenho também dúvidas sobre a autonomia e a área de atuação desses profissionais.

    Raí tem boas condições de se tornar um ótimo diretor executivo no São Paulo. Ele se preparou para ser um gestor, tem um passado de sucesso e de seriedade nos gramados e possui conhecimentos que vão além do futebol. Por outro lado, nunca exerceu, na plenitude, uma atividade ligada ao futebol, fora a de atleta. Teve apenas breves passagens como comentarista e diretor do São Paulo.

    Não há nenhuma certeza se será bem-sucedido. Para isso, terá de se dedicar inteiramente ao novo trabalho e assumir, para valer, uma nova identidade profissional, o que não é fácil para um ídolo que vive bajulado e envolvido emocionalmente com o passado. Terá de construir outra história.

    Nesta quarta (13), o Flamengo tem, no Maracanã, contra o Independiente, uma boa chance de ganhar a Copa Sul-Americana. O clube ambicionava muito mais, porém, foi eliminado na fase de grupos da Libertadores, perdeu a final da Copa do Brasil para o Cruzeiro e, no Brasileiro, ficou em sexto lugar, 16 pontos atrás do Corinthians. Se não for campeão da Sul-Americana, será mais um fracasso, e muitas coisas mudarão, mesmo as que foram bem feitas. No futebol, quando ganha, tudo é maravilhoso; quando perde, tudo é péssimo.

    Como o Flamengo inicia a partida perdendo por 1 a 0, Vinicius Júnior deveria entrar desde o começo, pois, quase sempre, a equipe melhora com sua presença. Quem sabe ele faz um gol magistral, o do título, como tantos que fez nas categorias de base?

    GRÊMIO NA FINAL

    Grêmio e Pachuca fizeram um jogo equilibrado, com poucas chances de gol e com boas atuações dos sistemas defensivos, até Everton fazer um belo gol na prorrogação. Com a entrada de Everton pela esquerda, a passagem de Fernandinho para a direita e a ida de Ramiro para a posição de volante, o Grêmio ficou mais forte no ataque e mereceu a vitória.

    tostão

    Médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa de 1970. Afastou-se dos campos devido a um problema de descolamento da retina. Escreve às quartas-feiras
    e aos domingos.

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