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    Vaivém - Mauro Zafalon

    Produção agrícola terá ritmo menor, diz FAO

    07/06/2013 03h00

    O Brasil caminha para os 200 milhões de toneladas de grãos. Os dados de ontem do Ministério da Agricultura indicaram 184,3 milhões para a safra deste ano, 11% mais do que em 2012.

    Esse avanço do país é necessário não só no setor de grãos, como também nos de carnes e de outros produtos vindos do campo.

    Isso porque o Brasil será importante na próxima década no fornecimento mundial de alimentos.

    É o que mostra estudo divulgado ontem pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).

    Embora o consumo de alimentos deva continuar crescendo, o ritmo da produção mundial perderá força na próxima década em relação à anterior.

    De 2003 a 2012, a produção de alimentos cresceu 2,1% ao ano. Nos próximos dez anos, a evolução será de apenas 1,5%, segundo estimativas da FAO e da OCDE.

    Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress

    Essa evolução menor se dará devido à limitação de novas áreas agrícolas, elevação nos custos de produção e pressões ambientais.

    Os preços, no entanto, estarão melhores para os produtores, ficando acima da média histórica. Essa melhora na renda permitirá um avanço nos investimentos na agropecuária nos países em desenvolvimento.

    Embora a FAO atribua dados um pouco modestos ao Brasil, em relação a outras estimativas de mercado, a organização destaca um papel importante ao país no fornecimento mundial de alimentos. Milho, soja e carnes estão entre os destaques nessa oferta.

    Na ponta consumidora, como já vem ocorrendo nos últimos anos, está a China. A demanda do país asiático crescerá 3% acima da oferta interna, elevando a necessidade de importações.

    Essas importações aumentam porque o país se urbanizou mais, elevou a renda de parte da população e ainda tem outros 158 milhões que sofrem de subnutrição.

    A alta na renda chinesa provocará uma elevação do consumo de carnes. Para a produção dessas proteínas, os chineses terão de importar mais grãos, abrindo novas portas para o Brasil.

    As avaliações da FAO indicam que os chineses, com deficit de US$ 31 bilhões na balança dos alimentos no ano passado, poderão aumentar os gastos nesse setor, uma vez que assumirão a liderança mundial no consumo per capita de carne suína.

    Na avaliação da FAO, a produção de trigo crescerá 13% na próxima década; a de milho, 13%; e a de arroz, 11%. Já no setor de proteínas, a produção de carne bovina aumentará 14%; a de suínos, 13%; e a de frango, 19%.

    À exceção de trigo -o país é dependente de importações e não há sinais de mudanças nesse cenário-, o Brasil poderá elevar a produção e a oferta mundial nos demais.

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    Pressão maior 1 Os preços dos produtos agropecuários ainda mantêm queda no atacado, mas o ritmo da desaceleração já é menor nas últimas semanas.

    Pressão 2 O IGP-DI, divulgado ontem pela FGV, apontou uma queda acumulada de 6,1% nos cinco primeiros meses nos preços dos agrícolas no atacado.

    Pressão 3 Após terem atingido alta de 17,35% em 12 meses no início do ano, os preços do atacado agrícola recuaram para até 7,06% no IGP-10 de maio. O IGP-DI de ontem já mostra, no entanto, alta de 7,52%.

    Grãos A taxa maior em 12 meses se deve a uma recuperação nos preços da soja no mercado externo, o que afetou também o mercado interno. Milho e frango, no entanto, mantiveram tendência de queda no mês passado.

    Trigo A demanda mundial é compatível com a recuperação na produção e com alguma substituição do consumo pelo milho, segundo o Índice de Commodities Itaú.

    No Sul 1 Internamente, a área a ser destinada ao trigo está praticamente definida. Segundo o Deral (Departamento de Economia Rural), o Paraná semeará 897 mil hectares, com colheita prevista em 2,6 milhões de toneladas.

    No Sul 2 O Rio Grande do Sul deverá semear 1,03 milhão de hectares, 4% mais do que em 2012, segundo a Emater. A produção poderá chegar a 2,5 milhões de toneladas no Estado, 33% mais.

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    Em alta - Cesta básica sobe 0,95%, segundo o Procon

    O valor da cesta básica paulista subiu 0,95% no período de 31 de maio a 6 de junho.

    Segundo pesquisa realizada pelo Procon-SP, o valor médio subiu de R$ 384,09 para R$ 387,75. Dos 31 produtos pesquisados, 21 apresentaram alta de preço, e 10, redução. Entre as altas, a batata lidera, com 8,43%.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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