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    Vaivém - Mauro Zafalon

    Demanda maior faz preço do frango voltar a subir

    20/06/2013 03h00

    Após permanecer em R$ 1,80 por 50 dias, o preço do frango vivo subiu para R$ 1,85 por quilo ontem nas granjas paulistas. O mercado espera que, a partir de agora, haja uma reação seguida dos preços até domingo, quando deverá estar a R$ 2,00 o quilo de ave viva.

    A alta se deve à conjugação de vários fatores, segundo Heloísa Xavier, da Jox Assessoria Agropecuária.

    Os preços não vinham reagindo porque a oferta "muitas vezes chegou a ser excessiva", diz ela.

    O mercado vinha sendo bem atendido não só pelos produtores independentes como também pelos integrados.

    A partir da semana passada, pressionados pela elevação dos custos e por uma tímida reação do frango abatido, os produtores foram reduzindo os descontos de até R$ 0,20 por quilo que davam.

    A procura por frango melhorou nesta semana, a oferta está mais controlada e a necessidade de reposição dos custos de produção permitiu aos produtores reajustarem o quilo de ave viva para R$ 1,85.

    O reajuste de preços no mercado paulista foi auxiliado, ainda, pela menor disponibilidade de frango em outros Estados, que passaram a se abastecer também de São Paulo.

    A esperança dos produtores é que a demanda continue no mercado de frango abatido.

    Se não houver uma resposta desse setor, os preços terão dificuldades para atingir os patamares de R$ 2,00 pretendido pelo setor produtor.

    Editoria de Arte/Folhapress

    "O mercado é dinâmico e é preciso ver com reserva essa tendência", diz Heloísa.

    Uma coisa é certa, segundo ela, os preços precisam reagir porque os produtores já estão com custos superiores à remuneração.

    As recentes altas do farelo de soja e do milho, produtos essenciais na composição da alimentação das aves, fizeram o custo de produção ficar próximo de R$ 2,00 por quilo.

    Alguns produtores poderão ter um custo maior e outros menores, dependendo dos estoques de matérias-primas. Quem está entrando agora no mercado, passa mais por essas matérias-primas, diz a especialista da Jox Assessoria Agropecuária.

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    Equívocos A Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos) diz que a atual campanha do JBS, em exibição na mídia, apresenta mensagens equivocadas.

    Qualidade Para Péricles Salazar, presidente-executivo, ela dá a entender que apenas o JBS segue os padrões de produção com qualidade e com SIF (Serviço de Inspeção Federal).

    Vantagens Em resposta, o JBS diz que a campanha tem por objetivo comunicar ao consumidor as vantagens e os benefícios de se procurar uma carne com garantia de origem e que passa pelo rigoroso processo de fiscalização do SIF.

    Produção O Valor Bruto da Produção agropecuária atingirá R$ 434 bilhões neste ano, 9,5% acima do registrado no ano passado.

    Mais agrícola Na divisão das receitas, a agricultura atinge R$ 268 bilhões, ficando R$ 166 bilhões com a pecuária, mostra a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

    Liderança A soja, com receitas de R$ 80,5 bilhões e crescimento de 17% no ano, vai liderar o setor agrícola. A seguir vem a cana-de-açúcar, com R$ 48 bilhões. Já a carne bovina, ao atingir R$ 61 bilhões, lidera a pecuária.

    Ainda acredita O governo argentino ainda espera uma safra acima dos 100 milhões de toneladas neste ano. O problema é que as estimativas do governo são bem superiores às do mercado.

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    Algodão - Preço está em recuperação no mercado interno

    O mercado de algodão voltou a se recuperar nas últimas semanas. O fortalecimento do dólar e o aumento nas cotações internacionais são os responsáveis pelas altas no preço da commodity, segundo pesquisa realizada pelo Cepea. Entre os dias 11 e 18 deste mês, o indicador teve elevação de 3,4%.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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