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    Vaivém

    Exportador de frango eleva preço e ganha receita

    06/07/2013 03h00

    O primeiro semestre foi de recuperação na rentabilidade para os exportadores de carne de frango.

    Após ter as margens de lucro reduzidas no ano passado, devido à forte alta no preço dos grãos, as indústrias repassaram o aumento dos custos para os importadores, pelo menos parcialmente.

    Em junho, o preço médio de exportação da carne "in natura" aumentou 16% em relação ao mesmo mês de 2012, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

    Segundo Francisco Turra, presidente da Ubabef (associação dos produtores e exportadores de frango), a evolução não é resultado da recente valorização do dólar.

    "Como os custos haviam subido muito para todos os exportadores, não só para o Brasil, não havia outra saída a não ser recuperar os preços em dólar", disse. Os reajustes mais significativos, diz ele, foram feitos a partir de abril.

    O aumento de preço permitiu uma melhora na receita com exportações. De janeiro a junho, foram exportados US$ 3,6 bilhões em carne de frango "in natura", alta de 9% em relação a igual período de 2012, segundo a Secex.

    Considerando também as vendas de carne industrializada, ainda não divulgadas pelo governo, Turra estima uma evolução de 7% na receita com os embarques.

    Já o volume vendido ao exterior caiu cerca de 5% no primeiro semestre, segundo a Ubabef. "Esse recuo já era esperado", afirma Turra.

    Para aumentar o volume embarcado, o setor aposta na abertura do mercado mexicano. O país já anunciou isenção de tarifas de importação para uma cota de 300 mil toneladas, que deverão ser compradas em um ano.

    Afetado por focos de gripe aviária, o México precisa recorrer a novos fornecedores, além dos EUA -seu tradicional exportador-, para abastecer o mercado local.

    Turra estima que o Brasil possa ficar com 200 mil toneladas da cota total.

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    Estagnado 1 A recuperação nos preços de exportação do frango não é suficiente para animar investimentos no setor. Como o consumo no Brasil continua estagnado, a produção também se mantém estável, segundo Francisco Turra, da Ubabef.

    Estagnado 2 O preço do etanol hidratado teve leve queda de 0,9% nas usinas nesta semana, enquanto o anidro subiu 0,4%, segundo o Cepea. Nos postos de São Paulo, o álcool caiu 0,39%, mostra pesquisa da Folha.

    Recuperação O minério de ferro subiu 5% nesta semana no mercado à vista chinês, para US$ 122,60 por tonelada. Com o nível dos estoques defasado, siderúrgicas foram às compras.

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    Preços agrícolas avançam no atacado

    Os preços agropecuários subiram 1,46% no atacado em junho, segundo o IGP-DI, divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas. Em maio, eles haviam recuado 0,75%.

    Apesar de a taxa ter superado a sua expectativa para o mês de junho, de 1,27%, o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, espera desaceleração nos preços agropecuários a partir de julho.

    Produtos que subiram bastante no mês passado, como a soja (11%) e o óleo de soja (21%), devem diminuir o ritmo de alta. Além disso, itens que já mostraram deflação, como o tomate (-21%), podem intensificar a queda.

    Por outro lado, alimentos que apresentaram altas tímidas em junho, como a carne bovina (2%), podem subir mais nos próximos meses, ressalta o economista.

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    Para baixo

    Preços têm nova queda na Ceagesp em junho

    Os preços médios praticados na Ceagesp voltaram a cair. No mês de junho, o índice recuou 3,8%.

    Com exceção dos pescados, todos os outros setores tiveram redução nos preços. O grupo de verduras apresentou a maior queda, com 16,3%.

    Legumes e frutas recuaram respectivamente 11,1% e 1,5%.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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