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    Vaivém

    Soja segura superavit comercial com a China

    13/07/2013 03h00

    TATIANA FREITAS (interina)

    Apesar da desaceleração da economia chinesa, o Brasil manteve o superavit comercial com o país asiático no primeiro semestre.

    A diferença entre tudo o que o país exportou e importou da China somou US$ 5,4 bilhões entre janeiro e junho, aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2012.

    Em 2011, o saldo havia sido positivo em US$ 5,3 bilhões e, nos anos anteriores, ele foi bem mais modesto, além de ter havido deficit.

    Logo, o ritmo menor de crescimento do gigante asiático pouco contribuiu para o deficit da balança comercial brasileira no primeiro semestre --o pior em 18 anos.

    Com exceção do petróleo, que amargou queda de 25% nas exportações, os principais produtos da pauta exportadora para a China tiveram aumento nas vendas.

    Até o minério de ferro, que passa por um período de preços baixos, registrou um leve crescimento, de 2%, nas receitas com as vendas à China.

    Também houve altas significativas nas exportações de celulose (18%) e de açúcar (156%), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior.

    A maior influência para o superavit comercial, no entanto, partiu da soja, cujas vendas para a China aumentaram 25% nos seis primeiros meses deste ano.

    Após um início de ano fraco, com os embarques prejudicados por problemas logísticos e pelas chuvas, as receitas geradas pelas vendas da oleaginosa para a China atingiram US$ 9 bilhões só no segundo trimestre, ante US$ 1,7 bilhão no primeiro.

    Essa disparada nos embarques elevou o saldo comercial com a China para US$ 6,5 bilhões entre abril e junho --o maior já registrado para um trimestre, segundo o Conselho Empresarial Brasil-China.

    O apetite chinês não para por aí: o país deve responder por mais de 90% do aumento das exportações globais de soja na próxima safra.

    Mas, se, por um lado, esse incremento pode continuar sustentando a balança, por outro ele inibe a atividade da indústria brasileira, já que a China compra o grão para produzir óleo e farelo de soja internamente.

    Nesta safra, pela primeira vez, as exportações brasileiras do grão vão superar o volume de soja processado no país, segundo a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).

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    Em alta A produção brasileira de celulose deve crescer 4% no próximo ano, para 14,5 milhões de toneladas, estima a consultoria LCA. Já as cotações devem oscilar perto do patamar atual.

    Queda na usina O preço do etanol hidratado nas usinas paulistas caiu 1,59% nesta semana, para R$ 1,13 o litro, segundo o Cepea. O anidro caiu menos (-0,67%) e atingiu R$ 1,31 por litro.

    Estável na bomba Nos postos de combustíveis de São Paulo, o álcool ficou praticamente estável na semana passada, a R$ 1,79 por litro, segundo pesquisa da Folha. O etanol continua mais competitivo: o seu preço equivale a 65% do valor da gasolina.

    Venda antecipada As vendas de açúcar da safra 2013/14 avançaram em junho. Segundo a Archer Consulting, 18,6 milhões de toneladas já estão com o preço fixado em 17,91 centavos de dólar por libra-peso, em média. O volume representa cerca de 70% do total a ser exportado.

    Reajuste O preço do frango voltará a subir nas granjas paulistas neste final de semana. O quilo da ave viva deve atingir R$ 2,15, aponta pesquisa da Folha, acumulando alta de 19% em 30 dias.

    Sem sobras A demanda pelo café brasileiro pode superar a produção da safra 2013/14 em quase 6 milhões de sacas, segundo o Conselho Nacional do Café.

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    Trigo

    Conab fará último leilão na próxima semana

    Na tentativa de suprir o mercado interno de trigo, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizará na próxima quinta-feira o último leilão dos estoques públicos do cereal. Serão ofertadas 6.630 toneladas do produto. Nesta semana, a Conab vendeu mais de 100 mil toneladas de trigo.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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