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    Vaivém

    Preço de minério ficará instável por mais três anos, diz consultoria

    21/08/2013 03h00

    O setor de mineração caminha para um equilíbrio entre oferta e demanda. Até lá, no entanto, o mercado passará por um período de intensa volatilidade, de altos e baixos constantes nos preços.

    A avaliação é de Mike Elliott, líder global em mineração da consultoria EY (antiga Ernst & Young).

    Na última década, com o forte crescimento dos asiáticos, principalmente da China, a oferta de produtos como o minério de ferro buscou alcançar a demanda.

    "Agora, a oferta está chegando perto da demanda ou, em alguns casos, já ultrapassou a demanda, o que nos leva a um período de grande volatilidade", diz Eliott.

    A lógica é a seguinte: quando os preços começam a cair, as empresas ajustam a oferta às condições da demanda, forçando uma recuperação dos preços. Quando as cotações melhoram, elas voltam às vendas, causando uma nova redução momentânea.

    "Provavelmente nós veremos mais três anos de volatilidade até o mercado voltar ao equilíbrio", afirma.

    Durante esse período, as mineradoras precisarão melhorar a gestão de seu capital. A cautela já predomina nos negócios globais.

    De janeiro a julho, as transações de fusões e aquisições e de captação de recursos permaneceram estagnadas, segundo a EY. Não por falta de ativos à venda, mas pela ausência de compradores.

    Vacas magras

    Após um período de farto capital disponível, as empresas agora enfrentam uma fase de recursos escassos.

    "Nos últimos anos, os ótimos resultados das mineradoras provocaram valorização nas ações dessas empresas, elevando o retorno para o acionista. Mas isso acabou. As ações estão caindo e os acionistas mudaram o foco. Agora, querem retorno por meio do pagamento de dividendos", avalia Eliott.

    Com a ordem dos acionistas para a preservação do caixa, as empresas ficaram mais seletivas nos investimentos. Optaram, também, por vender ativos para liberar capital que poderá ser reinvestido em empreendimentos mais rentáveis, com custos menores.

    Para Eliott, esse tipo de projeto vai desbancar as minas com custos maiores. No caso do minério de ferro, grandes mineradoras, como a Vale, a Rio Tinto e a BHP, deverão substituir os produtores chineses, com custo de produção entre US$ 115 e US$ 130 por tonelada --perto dos preços de venda atuais.

    Potássio

    A lógica também vale para os novos projetos de potássio, que, se tiverem custos baixos, devem ser mantidos mesmo após a quebra, no mês passado, de um dos cartéis que dominavam o mercado.

    "Se as empresas tiverem baixos custos, serão bem-sucedidas em qualquer ambiente de preços", disse. Com o fim do cartel, espera-se queda do potássio no curto prazo.

    Para os próximos anos, porém, a tendência é positiva. Com o aumento da população e da renda no mundo, diz Eliott, a demanda por alimentos continuará a crescer, elevando o consumo de potássio, usado como fertilizante.

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    TATIANA FREITAS (interina)

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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