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    Vaivém

    Álcool deve subir menos na próxima entressafra

    12/09/2013 03h20

    A entressafra de cana-de-açúcar, período que vai do final de dezembro a março, não deverá trazer sobressaltos nos preços do combustível para os consumidores.

    Os estoques acumulados durante a safra e disponíveis no período de entressafra estarão em patamares confortáveis, segundo Plinio Nastari, da Datagro, consultoria especializada no setor.

    "Os preços devem ter um comportamento suave na entressafra, sem grande volatilidade", diz ele.

    Para Nastari, o destino final da cana colhida está indo mais para a produção de etanol do que para a de açúcar, uma vez que o preço deste último está próximo ao do custo de produção.

    A Datagro reunirá especialistas nacionais e estrangeiros no próximo mês, em São Paulo, para discutir caminhos para a saída da crise com produtividade e competitividade. A capacidade atual de produção não será suficiente para atender à demanda crescente dos próximos anos.

    Em duas décadas, a população mundial classificada como classe média subirá para 3 bilhões de pessoas, exigindo uma demanda ainda maior de açúcar e de etanol.

    Os investimentos no setor são demorados. Uma usina leva de quatro a cinco anos para entrar em operação, tomando como base o período de construção e de preparação dos canaviais.

    Mesmo assim, só terá capacidade de moagem de 30% no primeiro ano, já que o plantio é escalonado para atender a um ciclo de cortes.

    Nastari destaca a importância dessas discussões sobre o setor porque a demanda já será maior do que a capacidade ofertada em 2020.

    O avanço dos investimentos e da produção depende também das ações do governo, que deveria regular e definir as regras, mas faz as vezes do mercado.

    A defasagem atual nos preços da gasolina, por exemplo, é insustentável, diz Nastari.

    "O mercado está liberado, mas falta um aprimoramento da regulação."

    A opção das usinas pelo etanol nesta safra fará com que a produção de açúcar repita os 34 milhões de toneladas da anterior. Já produção de álcool sobe 4 bilhões de litros, para 25,4 bilhões.

    Mauro Zafalon/Folhapress
    Usina de álcool em Ivinhema, no Mato Grosso do Sul
    Usina de álcool em Ivinhema, no Mato Grosso do Sul

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    Combustíveis O consumo nas regiões Norte e Nordeste subiu 153% nos últimos 13 anos. No mesmo período, o avanço foi de 67% na região centro-sul.

    Transferência Com esse aumento de consumo, Norte e Nordeste necessitam de 1,86 bilhão de litros vindos de outras regiões. Serão 500 milhões a mais do que na safra anterior, segundo a Datagro.

    Carnes O setor tem ritmo forte na recuperação dos preços. O quilo de ave viva foi a R$ 2,95 ontem nas granjas paulistas. Já a arroba de carne suína foi comercializada a até R$ 68, e a de boi, a R$ 105.

    Chicago O primeiro contrato de soja ficou estável em US$ 14 por bushel (27,2 kg).

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    Cafezais ganham opção em fertilizantes

    Os cafeicultores devem ganhar, em 2015, uma nova opção de fonte de potássio que pode contribuir para melhorar a qualidade da bebida.

    Após três anos de teste, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais concluiu que o termopotássio é eficiente e pode substituir o tradicional cloreto de potássio nos cafezais.

    De acordo com os experimentos, a concentração de nutrientes no novo produto é maior do que a no fertilizante tradicional. Outra característica do termopotássio é a ausência de cloro na composição -ao contrário do cloreto de potássio. Segundo a Epamig, o cloro pode prejudicar a qualidade da bebida.

    A Verde Potash, que desenvolveu o termopotássio, deve iniciar a produção em 2015, com 300 mil toneladas anuais.

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    Ritmo de vendas cai no mercado interno

    As negociações do algodão em pluma estão em baixa nas últimas semanas no mercado interno. Segundo dados coletados pelo Cepea, entre os dias 3 e 10 deste mês, o valor da commodity recuou 1,1%. Na pesquisa da Folha, o algodão pluma tem queda de 1,5% em sete dias e o caroço, de 0,5%.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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