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    Vaivém

    Com rebanho menor, EUA abatem igual Brasil

    01/10/2013 03h00

    O rebanho brasileiro está próximo de 200 milhões de cabeças. Algumas estatísticas apontam para mais, outras para menos. O dos norte-americanos é metade desse número.

    Confrontando os mais recentes dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os abates mensais inspecionados ficam em 2,8 milhões de cabeças em ambos os países.

    Os dados do IBGE indicam um abate acumulado de 17 milhões de cabeças de janeiro a junho. Já as informações do Usda indicam 22 milhões de cabeças até agosto.

    Claro que no Brasil o número de abates é maior do que os apresentados pelo IBGE. O próprio instituto aponta uma comercialização de 28 milhões de couros crus de bovino neste ano, 65% mais do que o total de abate certificado.

    A grande diferença entre os modelos dos dois países é a taxa de desfrute. A quantidade de animais abatidos nos EUA, em relação ao rebanho existente, é muito maior do que a do Brasil. Os dois países praticamente abatem o mesmo número de gado certificado, apesar de o tamanho do rebanho ser diferente.

    Outra diferença está no uso de tecnologia entre os dois países. O Brasil já atingiu um bom patamar tecnológico, mas o uso nos EUA é mais intenso. A tecnologia deles inclui, inclusive, a utilização de hormônio, como indutor de crescimento.

    São modelos produtivos diferentes. A produção norte-americana está baseada no confinamento, praticamente eliminando a recria e os bois vão mais cedo para o abate.

    A produção brasileira, com pequena participação do confinamento, está baseada na pastagem, o que pode tornar a carne um diferencial.

    O produto brasileiro acaba tendo melhor aceitação em alguns mercados, como o dos europeus, mas nem sempre essa preferência se transforma em receitas devido às barreias sanitárias.

    O abate brasileiro cresceu 12% neste ano em relação do de igual período do ano passado. Já nos Estados Unidos, houve queda de 1%.

    Daniel Acker - 5.abr.11/Bloomberg
    Criação de gado em Illinois, nos Estados Unidos
    Criação de gado em Illinois, nos Estados Unidos

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    Patinho feio O etanol hidratado está entre os produtos que menos remuneram nesta safra ao ficar no patamar de R$ 0,4231 por quilo de ATR (Açúcar Total Recuperável).

    Cana A remuneração para o fornecedor de cana, com esse valor de ATR, soma R$ 57 por tonelada, abaixo do custo de produção.

    Melhora O açúcar para exportação teve uma melhora com a alta do dólar. Já o etanol anidro do mercado interno tem como parâmetro as exportações.

    Esmagamento A moagem de soja deverá somar 36,5 milhões de toneladas nesta safra, 2% mais do que na anterior. As exportações estão previstas em 37,1 milhões de toneladas, segundo a Abiove.

    Receitas Após ter trazido US$ 29,4 bilhões no ano passado, o complexo soja (grãos, farelo e óleo) deverá render US$ 27,4 bilhões nesta safra. O maior valor virá da soja em grãos, que renderá US$ 20,7 bilhões.

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    Leite sobe 22% para produtor e é recorde

    O preço bruto do leite foi a R$ 1,1162 por litro no mês passado e teve elevação de 21,7% em relação a setembro de 2012. O produto atingiu o maior valor, em termos reais, desde que o Cepea começou a pesquisar preços, em 2000.

    A pesquisa do Cepea mostrou que os preços subiram mesmo com o aumento na oferta de leite. Os laticínios dos sete Estados pesquisados captaram 4,5% mais em agosto do que em julho.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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