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    Vaivém

    Estudo aponta descontrole com inseticidas

    06/12/2013 03h00

    Parte dos produtores está deixando para trás as boas práticas de combate ao percevejo, um inseto que ataca as vagens da soja.

    Referência mundial na década de 1980 por boas práticas no combate ao percevejo e redução no número de aplicações de inseticidas, o país volta a elevar o número de pulverizações.

    Nos anos 1980, o produtor se destacou ao utilizar o chamado "Manejo Integrado de Pragas", quando reduziu as aplicações de inseticidas de cinco para duas vezes. Agora, as aplicações chegam a até sete por safra.

    Os dados fazem parte de estudo feito pela Embrapa Soja em áreas de produtores da cooperativa Coamo. O estudo, feito em lavouras de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, mostra um descontrole nas aplicações de inseticidas no campo.

    O resultado traz preocupações tanto econômicas como ambientais. A empresa constatou que os produtores que ainda se utilizam de boas práticas para o controle das pragas necessitam de apenas duas aplicações por safra.

    O estudo constatou ainda que é comum a aplicação preventiva de inseticida. "Essas aplicações não resultam em benefícios para a produtividade ou qualidade dos grãos, além de não reduzir a intensidade do ataque da praga na fase crítica da soja", diz Samuel Roggia, pesquisador da Embrapa e um dos responsáveis pela pesquisa.

    Daniel Ricardo Sosa-Gomez, da Embrapa Soja, diz que a aplicação de inseticidas antes do período crítico do ataque dos percevejos elimina os inimigos naturais da praga, favorece o desenvolvimento de insetos resistentes, além de elevar custos.

    Esse manejo inadequado por parte do produtor no combate às pragas permite, ainda, o aparecimento de outras espécies que antes eram consideradas secundárias, como lagartas e ácaros.

    Roggia diz que a pesquisa apontou que o monitoramento das lavouras dever ser o subsídio básico para o controle da praga. "Há a necessidade do uso de amostragens para o momento correto das aplicações", diz ele.

    Para a pesquisadora Clara Beatriz Hoffmann Campo, da Embrapa Soja, apesar desse certo descontrole no combate à praga, há informações disponíveis para o produtor reverter esse quadro.

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    China A produção chinesa de grãos volta a crescer e atingirá 602 milhões de toneladas neste ano, segundo informações do governo. O crescimento ocorre pelo décimo ano seguido e será de 2,1%. A área cultivada no país é de 112 milhões de hectares.

    Destaque A produção de milho vem crescendo e deverá atingir 210 milhões de toneladas neste ano. Já a demanda chinesa deverá ficar em 214 milhões.

    Milho A Monsanto lança na safra de verão de 2014 nova tecnologia para os Estados do Sul e sul de São Paulo. Além da proteção da raiz do milho contra a chamada "larva alfinete", essa tecnologia é resistente ao herbicida glifosato e protege a planta contra outros quatro tipos de lagartas, segundo a empresa.

    Rentabilidade Os testes em campo indicaram que essa nova tecnologia deverá elevar em 5,2 sacas de milho a produtividade por hectare. O preço da nova semente ainda não foi definido.

    Leite As importações de leite e derivados recuaram para US$ 47 milhões no mês passado, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Esse valor tem queda de 35% em relação a novembro de 2012.

    Cereais As importações de novembro subiram para US$ 337 milhões, 48% mais do que as do mesmo mês do ano passado, segundo dados da Secex.

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    Cesta básica - Preço está em alta em em São Paulo

    O valor da cesta básica no município de São Paulo subiu 0,79% no período de 29 de novembro a 5 deste mês. Segundo pesquisa realizada pelo Procon-SP, dos 31 produtos pesquisados, 15 subiram de preço. Dentre as altas, destaque para a carne de primeira (2,98%) e para o arroz (2,82%).

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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