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    Vaivém

    Syngenta usa 'via rápida' para aprovar fungicida

    07/03/2014 03h00

    TATIANA FREITAS (interina)

    A Syngenta, uma das maiores indústrias de defensivos agrícolas do mundo, usou uma espécie de "via rápida" para obter a aprovação, em tempo reduzido, de um novo fungicida voltado ao combate da ferrugem da soja.

    O Elatus, lançado pela empresa nesta semana, foi incluído em uma lista de produtos prioritários para análise definida pelo Ministério da Agricultura, Anvisa e Ministério do Meio Ambiente -o tripé responsável pela aprovação de defensivos no país.

    Segundo o presidente da Syngenta no Brasil, Laércio Giampani, a empresa apresentou o pedido para o registro do produto em fevereiro de 2012. Conseguiu finalizar o processo dois anos depois, o que pode ser considerado um recorde comparado ao prazo do processo de liberação de uma nova tecnologia no país. O processo demora de cinco a seis anos, segundo ele, o dobro do praticado em outros países agrícolas.

    "O governo entendeu que a ferrugem da soja precisava rapidamente de uma nova tecnologia", diz Giampani.

    Para ele, experiências como essa podem se repetir enquanto o processo de avaliação no Brasil não se torna mais dinâmico.

    "O sistema brasileiro é, seguramente, um dos mais evoluídos e mais modernos do mundo. Mas temos uma demanda muito alta por novos produtos, o que gera uma grande demora na aprovação das tecnologias", afirma.

    Considerado um dos principais lançamentos da empresa nos últimos anos, o Elatus promete maior controle e período de eficácia contra a ferrugem. Para chegar ao produto final, a Syngenta investiu US$ 200 milhões e cinco anos de pesquisa.

    Segundo o executivo, o fungicida deve ajudar a empresa a alcançar a meta de elevar em 20% a produtividade da soja no Brasil até 2020. O rendimento está estacionado em cerca de 3.000 quilos por hectare nos últimos anos.

    *

    Agrícolas têm queda nas exportações

    Historicamente apontado como salvador da balança comercial, o agronegócio contribuiu para a queda das exportações em fevereiro, segundo a média diária.

    Com exceção do complexo soja, cujas receitas subiram 67% em relação a fevereiro de 2013, praticamente todos os outros importantes itens da balança do setor tiveram queda nos embarques.

    Em geral, a retração nos preços de exportação foi a principal influência para a redução no valor exportado. É o caso do café, que teve alta de 23% nos volumes vendidos, mas queda de 10% na receita em razão de preços 27% menores do que há um
    ano.

    Em outros setores, no entanto, os dados de fevereiro também mostraram queda nas quantidades exportadas. As carnes suína e de frango, por exemplo, tiveram recuo nos volumes de 19% e 11%, pela média diária, respectivamente, segundo a Secex.

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    Milho O retorno dos EUA ao mercado reduz a demanda pelo milho brasileiro. O volume embarcado caiu 58% em fevereiro, ante igual mês de 2013. O cenário de queda nos preços agrava a situação: as receitas caíram 70% no mês passado.

    Minério de ferro A combinação de menores preços (-6%) e volumes (-1%) reduziu a receita com as exportações em 7%, na mesma comparação.

    Aquisição A Bayer CropScience comprou, por valor não divulgado, o grupo argentino Biagro, de tratamento de sementes. O objetivo é fortalecer a sua posição nesse mercado.

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    PARA CIMA

    Soja sobe 7% em 30 dias no mercado interno

    Os preços da soja no mercado interno acompanham a valorização do produto na Bolsa de Chicago. Ontem, a saca de 60 quilos subiu 1,6% no país, em média, segundo pesquisa da Folha. Em 30 dias, a oleaginosa já acumula alta de 7,4%, refletindo preocupações sobre os efeitos do clima na safra atual.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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