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    Vaivém

    Brasil já importa mais pescados do que trigo; salmão chileno predomina

    17/04/2014 03h00

    TATIANA FREITAS (interina)

    Presença garantida na mesa dos brasileiros na Sexta-Feira Santa, os pescados estão deixando o consumo de ocasião para garantir um lugar cativo na dieta de boa parte dos consumidores no país.

    Os dados de importação comprovam a tendência de mudança nos hábitos alimentares. No primeiro trimestre, as importações de pescados somaram US$ 497 milhões, um aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2013, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

    O valor das importações de pescados chegou a ultrapassar, pela primeira vez, as compras de trigo do exterior, equivalentes a US$ 488 milhões no primeiro trimestre.

    Como a produção brasileira de trigo é suficiente para abastecer apenas metade do país, o cereal normalmente domina a pauta de importações do agronegócio.

    Mas, hoje, peixes, crustáceos e moluscos são a principal commodity agrícola importada pelo país.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Além da manutenção do ritmo de crescimento verificado no ano passado, a queda de 24% no valor das importações de trigo contribuiu para essa troca de lugares.

    Estimulada pelo aumento do consumo no país, as compras de pescados do exterior já vinham superando as de lácteos, cuja importação soma US$ 98 milhões neste ano.

    O salmão do Chile é, disparado, o principal item da pauta. Com um crescimento de 66% nas compras, para US$ 113 milhões, o salmão chileno já representa mais de 20% das importações de pescados.

    Já a importação do tradicional bacalhau da Noruega caiu 20% neste ano, para US$ 54 milhões –mais um sinal de mudança de hábitos. A Quaresma deu lugar ao rodízio de comida japonesa.

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    Mais doce O consumo mundial de açúcar deve subir 2,25% na safra 2013/14, que termina em setembro deste ano, estima a consultoria Datagro. Na temporada anterior, a taxa foi de 2,1%. Os emergentes devem puxar essa expansão, devido ao crescimento da renda per capita.

    Novo hábito O consumo de café em cápsulas no país já representa entre 4% e 4,5% do total, segundo pesquisa da consultoria Kantar Worldpanel. Ao final de 2013, menos de 1% dos lares brasileiros tinham máquinas de café.

    Soja Preocupações de maior pressão sobre os estoques nos EUA, que estão no menor nível da história, elevam o preço da soja, que sobe 10% em 30 dias em Chicago.

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    Seca também pode afetar rendimento de eucaliptos

    Além da cana e do café, a seca deste ano também pode afetar a produtividade das florestas de eucaliptos.

    Segundo o consultor Celso Foelkel, especialista em culturas de celulose, a estiagem por um período prolongado afeta o crescimento dos eucaliptos, que, ao final do ciclo de sete anos, podem ter menor rendimento por hectare.

    O tamanho do impacto dependerá do período em que ocorrerá a estiagem, do tipo de solo, da densidade do plantio e da idade dos eucaliptos. As árvores mais jovens sofrem mais e podem morrer se não forem irrigadas, diz Guilherme Andrade, pesquisador da Embrapa Florestas.

    Editoria de Arte/Folhapress

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    Arroz

    Preço está em alta no Rio Grande do Sul

    O preço do arroz agulhinha teve forte alta ontem nas cooperativas do Sul do país. Segundo pesquisa da Folha, a saca de 50 quilos subiu 5% ontem, sendo negociada, em média, a R$ 34,37. A oferta menor do que a esperada para o período justifica o aumento no preço da commodity.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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