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    Vaivém

    Café robusta pode ganhar com alta do arábica

    29/04/2014 02h00

    TATIANA FREITAS (interina)

    A forte alta nos preços do café arábica no país, causada pela expectativa de quebra na safra brasileira devido à seca, pode aumentar a demanda pelo café robusta, chamado também de conilon.

    Considerado de qualidade inferior, o robusta é negociado a preços inferiores aos do arábica. Hoje, esse diferencial está em patamar recorde.

    Editoria de Arte/Folhapress

    No acumulado do mês, até sexta-feira passada, a média do indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 está em R$ 445,91 por saca, enquanto o indicador do robusta tipo 6 está em R$ 256,72 por saca.

    O diferencial de preço entre ambos, portanto, está em R$ 189,19 neste mês, o maior valor desde dezembro de 2011, segundo o Cepea.

    Concentrada no Espírito Santo, a produção de café robusta não foi prejudicada pelo clima como a do arábica, afetada pela estiagem em São Paulo e em Minas Gerais.

    Com o preço do robusta mais atrativo para a indústria, a demanda por esse tipo de café pode aumentar, diz Caroline Lorenzi, analista do Cepea. Hoje, cerca de 50% do café tradicional (em pó ou solúvel, vendido nos supermercados) já é robusta. A outra metade –ou até menos da metade– é arábica.

    O percentual do conilon no "blend" (mistura) do café brasileiro tem crescido devido à melhora da qualidade do café robusta, que ganhou novas variedades nos últimos anos, e à adaptação do consumidor ao sabor da bebida.

    "A indústria percebeu que o brasileiro aceitou e adotou esse blend como uma característica de café forte", diz Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic, que representa a indústria do café.

    Como o brasileiro está mais adaptado ao sabor do robusta, Caroline diz que o maior potencial de aumento na demanda está nas torrefadoras nacionais, que podem utilizar mais essa espécie nos "blends", reduzindo a quantidade de arábica na mistura.

    Herszkowicz concorda que o diferencial de preço é um estímulo para aumentar a participação do robusta no blend, mas ressalta que essa mudança deve ser feita com cautela, para não prejudicar a aceitação do produto.

    A mudança na mistura, diz ele, pode ser a saída para algumas indústrias que estão com dificuldade de repassar ao preço de venda ao varejo a alta da matéria-prima, que chega a 100% neste ano.

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    Mais carne As importações oficiais de carne bovina da China devem crescer entre 15% e 20% ao ano até 2018, quando atingirão 1,7 milhão de toneladas, estima o Rabobank. Em cinco anos, as importações devem responder por 20% da oferta total.

    Quanto é A China se tornou um grande importador de carne bovina em 2013, com o volume de 297 mil toneladas ingressando no país pelas vias oficiais, ou seja, sem passar antes por Hong Kong.

    Candidato Se a nova suspeita de caso atípico do mal da vaca louca no país não atrapalhar, o Brasil deve ganhar boa parte do mercado chinês nos próximos anos. Para atender ao aumento de demanda, a China deve autorizar as importações de carne do Brasil e dos EUA em breve.

    Negócio milionário Cinco leilões da raça de cavalos Quarto de Milha, promovidos na semana passada em Avaré (SP) pela associação de criadores, movimentaram R$ 10,5 milhões.

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    Cargas Com investimento de R$ 5 bilhões, o porto movimentará vários tipos de carga, de petróleo e gás a grãos.

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    Minério de ferro

    Preço cai com controle sobre importações

    O preço do minério de ferro à vista na China, referência do mercado internacional, caiu 2% ontem, para US$ 108,60 por tonelada. Autoridades chinesas pediram aos bancos maior controle nas cartas de crédito para a importação da commodity, o que pode afetar a demanda chinesa pelo produto.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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