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    Vaivém

    Crédito e câmbio também preocupam produtor

    31/07/2014 01h30

    Um dos problemas com os quais os produtores terão de lidar é a queda dos preços das commodities. Praticamente já assimilaram essa provável desvalorização, que ainda depende do desenvolvimento das lavouras nos EUA.

    Mas há outras dificuldades que devem ser consideradas e podem afetar o bolso do agricultor, segundo Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio).

    Entre elas estão câmbio, crédito e juros. A queda dos preços está praticamente assimilada pelo mercado, devido à recomposição da produção mundial e dos estoques.

    A soja, que era negociada a US$ 15,50 por bushel há um ano, está em US$ 12,20 em Chicago. No mesmo período, o milho caiu de US$ 4,96 para US$ 3,62 por bushel.

    Editoria de arte/Folhapress

    Um outro problema que pode afetar a renda do produtor é o desempenho da economia mundial. Uma recuperação norte-americana vai levar mais dinheiro para os Estados Unidos, provocando uma redução no Brasil.

    Os bancos fornecedores de crédito podem começar a colocar travas ao fornecimento de dinheiro ao campo. Sem crédito, não haverá novos investimentos, diz Carvalho.

    Um dos pontos positivos para o setor agropecuário poderá ser o câmbio. Se o valor da moeda norte-americana for a R$ 2,45, como se prevê, poderá favorecer exportações e melhorar a renda no campo. Caso contrário, o país perde competividade e exporta menos, derrubando ainda mais os preços internos de alguns produtos.

    Para discutir os entraves ao agronegócio e a importância do setor na economia brasileira, a Abag reunirá representantes da agropecuária na próxima segunda-feira (4), em São Paulo.

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    Inflação

    Preço de agropecuários cai no atacado

    Os preços dos produtos agropecuários recuaram 2,7% neste mês no mercado atacadista. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses caiu para 2,8%. Soja e milho estiveram entre as quedas no mês, mas a liderança nesses recuos foram de batata e tomate, de acordo com o IGP-M da FGV.

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    Sem acertos A Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) informou, nesta quarta (30), que ainda não chegou a um acordo com a Monsanto para prestação de serviços envolvendo a soja Intacta RR2.

    Intervenções Uma das preocupações da Abiove é que a multinacional alerta a entidade para o fato de que, se não houver o recolhimento do royalty das "sementes salvas", poderá haver retenção das exportações no exterior.

    Acordo A Monsanto afirma que 430 empresas, que somam próximo de 3.000 pontos de entrega de soja, já entraram em acordo para operar o sistema de recebimento e comercialização de soja contendo a tecnologia Intacta RR2.

    Entendimento A Monsanto afirma que continua na busca de um entendimento com as 12 empresas associadas à Abiove, ressaltando que essas empresas já acordaram em operar o mesmo sistema de recebimento e monitoramento em outros países que atuam.

    Greve na USP Os funcionários do Cepea estão sem acesso ao prédio da entidade, em Piracicaba (SP), e com o site fora do ar, devido à greve na USP. As pesquisas de preços continuam.

    Pesquisa Fornecedor de indicadores, inclusive para a BMF&FBovespa, o Cepea está disponibilizando parte dos dados. A Folha, que publica parte dos indicadores, retomará a publicação quando a situação normalizar.

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    Suco de laranja

    Queda de consumo reduz preços em Nova York

    O suco de laranja caiu 3,6% no primeiro contrato nesta quarta-feira (30) em Nova York. O recuo reflete a queda do consumo mundial, que deverá ser de 3,4% neste ano, aponta o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA). Em 12 meses, a queda é de 4% na Bolsa de Nova York.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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