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    Vaivém

    Rússia e demanda interna pressionam carnes

    21/08/2014 02h00

    O apetite russo por carnes brasileiras continua colocando pressão nos preços internos. As carnes de boi, de suíno e de frango voltaram a subir nesta semana no mercado paulista.

    Agora que os alimentos começam a dar sinais de desaquecimento nos índices de inflação, as carnes poderão voltar a pressionar.

    A alta ocorre, no entanto, não só pela pressão russa como por um aumento interno de demanda, de acordo com analistas de mercado.

    Um dos destaques nessa escalada de preços é a carne suína, que tem a Rússia como o maior importador do produto brasileiro.

    A cotação da carne suína disparou e atingiu patamares nunca antes registrados, ao ser negociada por até R$ 87 por arroba em São Paulo.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Na média, os preços ficaram em R$ 84,8, conforme pesquisa diária feita pela Folha. Ao registrar esse valor médio, a arroba teve evolução de 7% no dia e os preços atuais superaram em 36% os de de há um ano.

    A liberação de mais frigoríficos aptos a exportar carne bovina para a Rússia dá sustentação, também, à arroba do boi. Nesta quarta-feira (20), a arroba subiu para R$ 126, alta de 1%.

    Os preços atuais do boi superam em 24% os de agosto de 2013. Segundo a consultoria Informa Economics FNP, à medida que avança a entressafra, a oferta de animais prontos para abate continua mais restrita.

    O preço do frango, a exemplo das outras carnes, também está em alta. O quilo de ave viva, que era negociado a R$ 2,20 há um mês nas granjas de São Paulo, está em R$ 2,50 nesta semana, uma alta de 14% no período.

    A elevação de preços poderá aliviar as contas dos produtores. Os custos diminuíram, com a queda de preços internacionais das commodities, e a demanda externa por carnes é forte no setor.

    Essa valorização ocorre, no entanto, depois de um período de preços baixos nos preços das carnes. O valor do frango, negociado a R$ 2,15 em maio, só obteve recuperação de forma mais acentuada a partir deste mês.

    O mesmo ocorre com o setor de suínos, cuja arroba saiu de R$ 66 em maio para atingir o patamar atual. O preço de R$ 70 só foi atingido no final de junho. Já o boi ganhou R$ 6 por arroba desde maio.

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    Eles também O recuo de preço das commodities fará mal também para a economia de outros países latino-americanos em 2014, entre eles Peru e Chile, que terão desaceleração no PIB neste ano.

    Sustenta Já a Colômbia, exportadora de petróleo, toma ritmo diferente e crescerá 5%, acima dos 4,7% registrados no ano passado.

    Argentina A avaliação é de analistas do banco Itaú, que apontam também melhora no México, devido às exportações, mas recuo na Argentina.

    Carbono O Ministério da Agricultura e sete entidades, entre elas BNDES, Embrapa e Febraban, fizeram acordo no âmbito do Programa para a Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura.

    Financiamento O acordo visa a elaboração de projetos técnicos e mostrar a agentes financeiros e agrônomos de bancos a linha de crédito e tecnologias de redução de carbono.

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    Usina de cana em MS bate bate recorde de moagem

    Pela primeira vez uma usina consegue a moagem de 32 mil toneladas de cana em apenas um dia em uma única linha de moagem.

    Foi o que obteve a Unidade Santa Luzia, da Odebrecht Agroindustrial de Mato Grosso do Sul na terça-feira (19). Para a empresa, esse número é um recorde mundial.

    A expectativa é encerrar a safra 2014/15 com a moagem de 4,7 milhões de toneladas de cana na usina.

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    Grãos

    Milho volta a recuar na Bolsa de Chicago

    Avaliações de aumento de produtividade tanto no milho como na soja nos Estados Unidos provocaram queda nos preços dessas duas commodities nesta quarta-feira (20) na Bolsa de Chicago. Muitos analistas acreditam, no entanto, que é cedo para contar com safra recorde.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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