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    Vaivém

    Pecuarista brasileiro recebe menos pela carne

    22/08/2014 02h00

    Uma boa notícia no setor de pecuária é que o Brasil está entre os países com os menores custos na produção de carne bovina. A ruim é que a rentabilidade do produtor brasileiro também está entre as menores do mundo.

    Essa a conclusão do agri benchmark, uma rede global de economistas e especialistas em agropecuária mundial que avalia a rentabilidade do setor em diversos países.

    Os dados brasileiros foram apresentados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em um encontro na Itália.

    Na atividade de engorda, o órgão chegou à conclusão de que o custo total de produção de cem quilos de carcaça variou de US$ 336 a US$ 473 no Brasil, dependendo do sistema de engorda. Os menores custos ficaram para as fazendas que têm maior escala de produção.

    Tomando como base os preços recebidos pelos produtores no ano passado, a margem dos pecuaristas brasileiros, descontados todos os custos, varia de perdas de US$ 27 a ganhos de US$ 40 a cada cem quilos vendidos.

    Na outra ponta está a China, cujos custos de produção variam de US$ 495 a US$ 856. A novidade, no entanto, é que, na média, os produtores chineses recebem US$ 771 pelos cem quilos de carcaça.

    A China registra também os maiores custos de produção entre os 30 países analisados. De 2005 a 2013, a alta foi de 167%. No caso do Brasil e da Argentina, os custos dobraram de preço.

    Diante desses números, fica claro que a urbanização e os custos de produção vão tornar a China um grande importador de carne bovina.

    A demanda cresce, e o país, além das dificuldades de áreas para a produção, enfrenta custos muito elevados.

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    Mais trigo O Ministério da Agricultura da Argentina apontou um cenário melhor para o trigo em 2014/15 do que o da safra anterior. A área deverá crescer cerca de 23% em relação à de 2013/14, para 4,5 milhões de hectares.

    Motivos Os técnicos do governo acreditam que as boas condições de umidade do solo, a necessidade de rotação de cultura, as perspectivas de preços e a irregularidade do cultivo de outras culturas vão fazer os produtores aumentarem a área.

    Quanto foi Encerrada a safra de trigo de 2013/14, o governo estima que a safra tenha ficado em 9,2 milhões de toneladas, acima dos 8 milhões de 2012/13. Em 2011/12, os produtores argentinos haviam colhido 14,5 milhões de toneladas de trigo.

    Café A comercialização de café da safra 2014/15 atingiu 18,8 milhões de sacas no fim da primeira quinzena deste mês, segundo a consultoria Safras & Mercado. A produção está estimada em 48,9 milhões de sacas.

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    Chile quer mais integração com Brasil

    Brasil e Chile atingiram um volume de negócios de US$ 5,3 bilhões nos sete primeiros meses deste ano, de acordo com dados da Secex.

    Roberto Paiva, novo diretor do ProChile, afirma que em poucos anos os dois países poderão dobrar o fluxo de comércio.

    O ProChile é uma entidade governamental que tem como objetivo incrementar negócios entre os dois países.

    Paiva diz que os países são bastante complementares. O Chile pode oferecer a saída da Ásia aos brasileiros, enquanto os brasileiros podem oferecer a saída da África e do Atlântico aos chilenos.

    Lucas Lacaz Ruiz - 30.jan.13/Folhapress
    Frutas em banca em Santiago; Chile quer comércio maior
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    Paiva afirma que a junção da experiência industrial brasileira com o conhecimento chileno no comércio com vários países pode resultar em uma parceria bastante útil aos dois países.

    Ao mesmo tempo em que empresas chilenas podem investir no Brasil, o representante chileno acredita que o Chile tem boas áreas para investimentos para os brasileiros.

    O agronegócio é um deles. O Chile é o segundo maior fornecedor de frutas frescas e secas ao Brasil. Um intercâmbio entre os dois países no agronegócio aumentará ainda mais esse fluxo, com a agregação de vinhos e azeite. Já o Brasil tem campo nos setores de carnes e grãos, em que o Chile tem deficit.

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    Trigo

    Safra menor no Canadá influencia preços

    O primeiro contrato do trigo subiu 1,25% nesta quinta (21) na Bolsa de Chicago. Cotado a US$ 5,46 por bushel, o cereal mantém queda de 14% em relação ao preço de igual mês de 2013. A queda ocorre devido à previsão de recuo da safra canadense para 27,7 milhões de toneladas.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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