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    Vaivém

    Água e energia passam a ser preocupação para o setor de mineração

    11/09/2014 02h00

    O tempo de bonança para a indústria mineradora passou. Terminado o superciclo de preço e de demanda altos, as empresas agora se defrontam com novos desafios, que vão da busca de maior produtividade, da luta pelo abastecimento de água e de energia a uma solução para os problemas de infraestrutura.

    O problema dessas mineradoras é mundial, mas, é claro, alguns afetam com mais ênfase o Brasil.

    Estudo da EY (nova marca da Ernst & Young) aponta que um dos principais problemas relacionados pelas indústrias neste ano é a produtividade.

    Na década passada, quando o setor vivia um intenso período de avanços, o foco das empresas estava voltado mais para a obtenção de volumes. A partir de agora, quando o ritmo da demanda é menor e a competitividade se acirra, as indústrias se voltam para a produtividade.

    Daniel Peixoto, da EY, diz que na década passada, as empresas cresciam a todo custo em busca de volume.

    Em 2008, a produtividade estava fora do foco das indústrias. Hoje, é o principal.

    Peixoto afirma que a queda de produtividade ocorreu devido à combinação de vários fatores. Com a busca de volumes deixou-se de lado a formação de obra especializada; os investimentos em tecnologias eram menores e, muitas vezes, feitos em áreas pouco rentáveis e com alto custo de produção.

    Com o fim do ciclo de alta, as empresas estão cortando custos pontuais, o que também é uma solução pontual e pode acarretar perda de produtividade para a cadeia. O mais adequado é uma revisão do processo todo, de ponta a ponta, segundo ele.

    O executivo da EY acrescenta que, pela primeira vez, o acesso a água e energia entra na relação das dez principais preocupações do setor. "Não é novo, mas é um custo relevante para o Brasil."

    O acesso à água tem sido um desafio para todas as empresas mundiais, cujos investimentos nessa área aumentaram 250% de 2009 a 2013. No caso da energia, o preço subiu 260% desde 2000. Esses custos têm sido um grande desafio para Brasil, Chile e Peru.

    Entre as saídas, estão o reuso da água, o beneficiamento do minério com umidade natural e unidades de dessanilização da água.

    Os problemas se repetem com a energia, cuja demanda global deverá crescer 35% até 2035. A indústria mineradora foca investimentos em energia renovável, colocando esse recurso mais próximo das minas.

    Um outro desafio para o setor é o acesso à infraestrutura, segundo Peixoto. Essa dificuldade de acesso, de posse e de financiamento tem levado as empresas a compartilharem operações.

    As empresas menores, e que não conseguiram fazer caixa no período da boa evolução do setor, sofrem mais neste novo ciclo, de competitividade maior.

    Mas não são apenas os problemas de produção que preocupam as empresas. A nacionalização dos recursos também está na lista dessas inquietações. Peixoto cita o novo código de mineração brasileiro e impostos específicos para o setor de mineração criados na Austrália.

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    Frango

    Preço volta a subir nas granjas de São Paulo

    Após 14 semanas a R$ 2,50, o quilo da ave viva iniciou esta semana a R$ 2,60 nas granjas paulistas. Nesta quarta (10), subiu para R$ 2,65, o maior valor desde outubro do ano passado. A alta do frango vivo nas granjas paulistas reflete o melhor desempenho das vendas no varejo.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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