Assim como América do Sul e América do Norte, os europeus também vão cooperar para que a oferta mundial de grãos suba na safra 2014/15.
Na avaliação da Copa-Cogeca, entidade que engloba produtores e cooperativas, a safra desse período subirá para 318 milhões de toneladas nos 28 países da União Europeia, 6% mais do que em 2013/14.
Essa evolução de produção se deve às condições climáticas favoráveis, à expansão de área e a uma maior produtividade no período.
A área aumentou para 58,1 milhões de hectares, com evolução de 4%, enquanto a produtividade média teve crescimento de 2,5%.
A Europa coloca mais grãos no mercado em um momento de cenário de preços baixos, devido às safras recordes nos Estados Unidos e às estimativas de boa safra também na América do Sul.
O cenário levou o presidente da entidade, o finlandês Max Schulman, a alertar os europeus a manter eficientes os sistemas de transporte e de armazenagem.
O presidente da entidade também já deu o recado aos governos da região, avisando que, diante desses preços baixos dos cereais, os produtores vão necessitar de sólidas medidas financeiras para uma proteção eficaz
contra riscos.
Os líderes de produção de grãos na União Europeia são França, Alemanha e Polônia. Os franceses vão colher 71,3 milhões de toneladas em 2014/15.
Além do bom desempenho do trigo, a França terá uma aceleração na safra de milho, que vai a 17 milhões de toneladas, com alta de 15%, em relação ao período anterior.
O trigo se mantém, de longe, o principal produto da União Europeia. A safra será de 153 milhões de toneladas 7,3% mais do que na anterior. O milho vem a seguir, com 71 milhões de toneladas.
Reino Unido e Hungria também se destacam. O pri; meiro eleva a produção para 24,7 milhões de toneladas, 23% mais do que no ano passado, enquanto a Hungria deverá obter 16,2 milhões de toneladas, 25% mais.
A Copa-Cogeca prevê ainda uma safra de oleaginosas em 34,3 milhões de toneladas na União Europeia, 12% mais do que na safra anterior.
A produção de colza lidera, com 23,6 milhões de toneladas. Já a de girassol fica estável em 9,1 milhões.
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O impasse continua A Abiove e associadas ainda não chegaram a um acordo com a Monsanto sobre o monitoramento do recebimento da soja em grão e da cobrança de royalties os produtores que semearam a soja Intacta.
Incertezas As exportações de soja e derivados, que respondem por receitas de US$ 24 bilhões para o país, não podem ficar expostas a incertezas dessa natureza, segundo a Abiove. A Monsanto acredita, no entanto, que essas negociações avançarão na direção de uma solução.
Trigo uruguaio 1 Com uma área de plantio de 400 mil hectares, o Uruguai deverá produzir 1 milhão de toneladas. O país diminuiu a área, mas eleva a produção nesta safra.
Trigo uruguaio 2 O aumento ocorre porque os produtores se concentraram nas áreas mais produtivas e reduziram o plantio nas terras periféricas, segundo Hector Rodrigues, da cooperativa agrícola de Dolores Soriano. Com isso, houve um aumento da produtividade.
Trigo paraguaio 1 A mão de ferro do governo argentino na política de grãos do país desincentivou o plantio na Argentina, mas acelerou em outras regiões próximas ao Brasil, um dos maiores importadores mundiais do produto.
Trigo paraguaio 2 O Paraguai foi um desses. O país deverá produzir 1,5 milhão de toneladas nesta safra, tendo o Brasil como destino para o cereal.
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Boi gordo
Oferta reduzida volta a refletir nos preços
A arroba do boi gordo voltou a subir e atingiu o preço de R$ 136 no noroeste de São Paulo nesta quinta (23). A alta evidencia a limitação de oferta, acentuada pela entressafra. Com essa alta, a arroba acumula 25,93% em 12 meses, indica a Informa Economics/FNP.
Vaivém das Commodities
Por Mauro Zafalon
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.