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    Vaivém

    Oferta segura preço do etanol na entressafra

    19/12/2014 02h00

    A entressafra de álcool começa, mas o consumidor terá um preço do combustível com menos sobressaltos neste período, que vai até abril, do que em anos anteriores.

    Antonio de Padua Rodrigues, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), diz que nesta entressafra não haverá impacto nos preços. O volume de combustível disponível é grande e quem elevar preço perderá participação no mercado, diz.

    Tradicionalmente, o etanol tem forte reajuste de preços no início de ano, devido à paralisação da colheita de cana e à oferta menor de produto.

    Mauro Zafalon - 26.abr.13/Folhapress
    Colheita de cana em Ivinhema (MS); produção de etanol deve aumentar 1% nesta safra
    Colheita de cana em Ivinhema (MS); produção de etanol deve aumentar 1% nesta safra

    O etanol está com uma paridade de 65% atualmente, em relação à gasolina, conforme pesquisa da Folha na cidade de São Paulo.

    Os dados da pesquisa indicam valores médios de R$ 1,875 para o litro de etanol e de R$ 2,874 para o de gasolina na capital paulista.

    Apesar dessa melhora na oferta de etanol, 2014 foi um ano difícil para o setor, tanto em relação às gestões de produção e financeira como nos resultados econômicos, segundo Elizabeth Farina, presidente da Unica. "Foi um período de muita esperança, mas de pouca realização."

    E o cenário continua sem definições, enquanto o país não souber qual o papel das energias renováveis na matriz energética, segundo ela.

    Padua diz que nesta reta final do ano os números de moagem de cana mostram que a situação não foi tão ruim como se previa.

    Os dados apontam para uma moagem de 567 milhões de toneladas de cana, acima dos 545 milhões previstos em agosto, mas 5% inferior aos 597 milhões da safra anterior.

    A recuperação no final de safra não foi suficiente para reverter as perdas com a quebra agrícola e a redução de moagem. Essas perdas deverão atingir R$ 3 bilhões.

    Ainda é difícil uma previsão para 2015, mas a condição climática e a situação financeira das usinas impedem uma alta da produção. "Na melhor das hipóteses, repete-se 2014", diz Padua.

    A mais recente estimativa da Unica indica uma produção de açúcar de 31,9 milhões de toneladas na região centro-sul em 2014/15, 7% menos do que em 2013/14. Já a produção de álcool sobe para 25,8 bilhões de litros, 1%
    mais.

    *

    Chuvas de novembro 1 A condição climática adversa durante a safra 2014/15 levou o setor sucroenergético a apostar em uma queda de até 30% na produtividade da cana de outubro a novembro.

    Chuvas de novembro 2 O retorno das chuvas, principalmente em novembro, fez com que o setor reavaliasse a produção para 63 toneladas de cana por hectare em São Paulo, acima das 50 toneladas previstas anteriormente.

    Mais afetado Os produtores paulistas tiveram as maiores quedas de produtividade. Dados da Unica projetam recuo de 12,1% em São Paulo, ante 1,2% nos demais Estados do centro-sul.

    Mais álcool As usinas estiveram voltadas mais para o etanol nesta safra do que para o açúcar. Pelo menos 57% da cana foi destinada à produção do combustível.

    Crise financeira No próximo ano, nove usinas deverão fechar as portas devido às condições financeiras que vivem. Uma, em Minas Gerais, entra em operação.

    Custos O produtor norte-americano vai ter um alívio nos custos ligados diretamente à produção, como fertilizantes e combustíveis, no próximo ano, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).

    Sobem Já os demais custos como terra, mão de obra e seguros vão subir. Enquanto os custos operacionais devem recuar 3%, os demais vão ter elevação de 2% em 2015, aponta o órgão.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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