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    Vaivém

    Dólar alto e gripe aviária nos EUA abrem espaço para carne do Brasil

    19/03/2015 02h00

    A produção de carne de frango vai bem nos Estados Unidos. O país elevou em 5% o volume em janeiro em relação ao verificado no mesmo mês do ano passado. O que não vão bem são as exportações, que recuaram 12,4% no mesmo período.

    Os dados são os mais recentes divulgados pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

    As dificuldades dos produtores norte-americanos no mercado externo poderão ajudar ainda mais os exportadores brasileiros.

    Brasil e EUA vivem momentos bem diferentes no setor de avicultura. Os americanos vêm sendo atingidos desde o início do ano pela gripe aviária, que afeta bem o coração da produção avícola.

    Vários Estados apontam a existência da doença, o que levou muitos países, inclusive os principais importadores, a banir parcialmente as compras de carne de frango dos Estados Unidos.

    Além disso, o dólar forte encarece o produto dos Estados Unidos nos países que têm desvalorização da moeda e queda no poder aquisitivo da população.

    Ao contrário, o Brasil tem o incentivo da alta do dólar ante o real, o que torna o produto brasileiro ainda mais competitivo em relação ao norte-americano.

    Os EUA perdem, ainda, as importações russas, devido às barreiras comerciais existentes entre os dois países.

    Outro fator de peso para os norte-americanos, e que afeta também o Brasil, é a queda do petróleo -os países produtores são importantes importadores de proteínas.

    Um fator favorável ao Brasil é que o país continua sendo poupado pela gripe aviária, que está presente na Ásia, na Europa e na América do Norte.

    Os EUA, apesar de considerados espelhos para outros países na condução da defesa agropecuária, veem-se vítimas, de tempos em tempos, de doenças graves que afastam os importadores de carnes do mercado deles.

    Na pecuária, o país já registrou quatro casos de vaca louca. A suinocultura sofre as complicações da diarreia suína, e a avicultura está sendo afetada pela gripe aviária.

    O Brasil, por ora, está distante desses problemas, embora tenha registrado casos atípicos de vaca louca, que retiraram muitos importadores do mercado.

    Mas o fantasma da febre aftosa continua vivo -em 2005 o país sofreu um forte baque nas exportações devido à ocorrência da doença.

    Com a globalização e a migração de aves selvagens, o país tem de estar preparado para outras ocorrências nos demais setores. E saber que os custos são elevados.

    O dado mais recente do Usda indica que o país vai produzir 18 milhões de toneladas de carne de frango neste ano, 4% mais do que em 2014.

    Os Estados Unidos esperam exportar 3,2 milhões de toneladas, 3% menos do que no ano passado.

    México, Geórgia e Canadá foram países de destaque nas importações de carne de frango dos Estados Unidos em janeiro. Apesar de todo o bloqueio norte-americano a Cuba, o país caribenho aparece como o quarto maior importador de carne de frango dos Estados Unidos.

    Já as estimativas para as vendas externas de carne suína são de 2,2 milhões de toneladas, com recuo de 2,2% em relação a 2014. As exportações de carne bovina recuam 7%, para 1,1 milhão de toneladas.

    Editoria de Arte/Folhapress

    *

    Menos Brasil As importações de produtos primários da União Europeia caíram 28% em janeiro ante igual mês de 2014. As compras totais do Brasil foram 7% inferiores, segundo o Eurostat.

    Mais Brasil As vendas totais da Syngenta somaram US$ 15,1 bilhões no ano passado, com crescimento de 3%. Na América Latina, puxadas pelo Brasil, as vendas cresceram 7%.

    Ganhos O lucro líquido da multinacional foi de US$ 1,6 bilhão, 1,6% menos do que o registrado em 2013.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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