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    Vaivém

    Após baque em 2014, consumo de alumínio para de cair neste ano

    27/03/2015 02h00

    O setor de alumínio terminou 2014 pior do que as indústrias imaginavam. O lado bom é que neste ano, apesar da situação complicada da economia, o consumo não cai e o setor se manterá estável.

    Os dados da Abal (Associação Brasileira do Alumínio) indicam que o consumo de produtos de alumínio recuou 5,5% em 2014, ante uma estimativa de queda de 4% feita no terceiro trimestre.

    Milton Rego, presidente-executivo da Abal, diz que a estabilidade vem de dois fatores. O primeiro é uma substituição de outras embalagens pelas de alumínio.

    Essa atratividade maior dos derivados do alumínio ocorre devido à busca, pelos consumidores, de embalagens que proporcionem uma conservação maior do produto e uma redução de eventuais contaminações.

    Além disso, as embalagens de latas de alumínio permitem um apelo de marketing maior nas gôndolas.

    Gustavo Epifânio/Folhapress
    Milton Rego, presidente executivo da ABAL, (Associação Brasileira de Alumínio)
    Milton Rego, presidente executivo da ABAL, (Associação Brasileira de Alumínio)

    Um segundo motivo dessa estabilidade do setor é a utilização de alumínio nos painéis fotovoltaicos. Ou seja, na utilização do produto na geração de energia solar. Essa geração vai trazer uma necessidade adicional 30 mil a 50 mil toneladas por ano.

    A origem dos produtos de alumínio vem da produção nacional, importações e reciclagem. A parte ruim é que a produção exige muita energia elétrica, um item em alta no momento.

    Os custos com energia só não são maiores porque o setor gera 65% da energia que consome. Para reduzir custos, as indústrias têm recorrido cada vez mais à aplicação de novas tecnologias, que estão praticamente no máximo de utilização, diz Rego.

    Há cinco anos, o consumo de energia era de 15,6 MWh por tonelada. Atualmente está em 15,2 MWh.

    Outro item de peso no setor -e que vai afetar a balança comercial- é a alta do dólar, uma vez que parte do alumínio utilizado é importado.
    Essa importação repõe o que o país deixou de produzir nos últimos anos. Em 2007, a produção de alumínio primário somou 1,6 milhão de toneladas. No ano passado, esteve em apenas 950 mil.

    Uma das saídas tem sido a maior utilização da reciclagem. Hoje, 35% do consumo de produtos de alumínio tem origem nos reciclados.

    Mas esse reaproveitamento da sucata é prejudicado pela tributação entre Estados, o que deixa o percentual dessa utilização no Brasil bem inferior à de outros países. No Reino Unido, por exemplo, a taxa chega a 50%.

    *

    Celulose A produção de celulose atingiu 2,8 milhões de toneladas no primeiro bimestre deste ano, 10,3% mais do que em igual período do ano anterior.

    Exportações As vendas externas de celulose somaram 1,8 milhão de toneladas no primeiro bimestre, um avanço de 6,3% em relação a igual período do ano passado.

    Sustentabilidade De 2004 a 2014, o desmatamento legal e ilegal nas propriedades que participam do "Soja Mais Sustentável" -um projeto da The Nature Conservancy e da Cargill- caiu de 5.209 hectares para 19,7 hectares.

    Projeto Tem como foco conservar florestas e rios de parte da Bacia do Tapajós, conhecida pela biodiversidade.

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    Preço da carne afeta mais consumidor de baixa renda

    O consumidor já não dá sustentação para as carnes no mercado interno. O preço praticado no varejo está em queda, apontam dados da
    Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

    A carne bovina recuou 1,85% em quatro semanas na cidade de São Paulo, apesar de o preço do boi continuar subindo no campo, como ocorreu nesta semana.

    A perda de poder econômico afeta principalmente os consumidores de menor renda. Os cortes de carnes mais consumidos por essa classe têm queda de até 4,6% no período. Já as carnes de maior valor, como a picanha, teve recuo de apenas 0,52%.

    A carne de frango também cai no varejo e os preços ficaram 0,53% menores nas últimas quatro semanas.

    A carne suína, após oito semanas em queda, voltou a subir, ficando 1,2% mais cara no varejo de São Paulo.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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