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    Vaivém

    Soja derruba balança do agronegócio nos EUA

    15/04/2015 02h00

    Os Estados Unidos, assim como o Brasil, estão sofrendo os efeitos da queda dos preços das commodities na balança comercial do agro-negócio.

    E um dos principais fatores da queda são os preços da soja, que estão com forte desaceleração em relação aos do ano passado.

    Tomando com base o ano fiscal, as exportações totais do agronegócio dos norte-americanos recuaram para US$ 67,1 bilhões de outubro do ano passado para fevereiro deste ano. Esse valor indica uma redução de 8% em relação ao obtido pelo país em igual período anterior.

    A redução se concentra especialmente nos produtos básicos, cujas receitas recuaram 10% no período. Já os produtos com valor agregado tiveram queda menor, de 6%.

    Esse cenário de desaceleração nos preços das commodities fez com que o saldo comercial do agronegócio dos EUA recuasse para US$ 2,8 bilhões em fevereiro, o menor obtido pelo país em seis anos para o período.

    Tanto no Brasil como nos Estados Unidos, a soja tem grande importância na balança comercial do agronegócio. De outubro a fevereiro últimos, os norte-americanos venderam 40,2 milhões de toneladas de soja, 10% mais do que o computado de outubro de 2013 a fevereiro de 2014.

    Nesse mesmo período, no entanto, as receitas do país recuaram 10%, para US$ 17,6 bilhões, conforme dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

    Não faltaram compradores para a soja norte-americana neste ano. Da lista dos dez maiores importadores da oleaginosa, oito aumentaram o volume de compras.

    A líder China importou 27,5 milhões de toneladas no período, 9% mais do que em igual período anterior. União Europeia e México vieram a seguir, também com elevação nas compras.

    Conforme dados divulgados nesta segunda-feira (13) pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), no entanto, a tonelada de soja está a US$ 390 no mercado externo neste mês, 22% menos do que os US$ 501 de abril de 2014.

    Isso faz com que também as receitas obtidas pelo Brasil caiam, assim como nos Estados Unidos. Os produtores brasileiros têm a seu favor, porém, a desvalorização do dólar, que gera mais reais nas exportações, compensando parte da queda dos preços externos.

    O mesmo não ocorre com os norte-americanos, que, com a valorização mundial do dólar, perdem mercados para outros países que têm moedas mais depreciadas.

    A própria valorização do dólar faz com que os preços da soja recuem em Chicago. A cidade tem a principal Bolsa mundial de negociação desse produto, e o patamar de preço determinado na Bolsa serve de base para os demais mercados no mundo.

    Mas não são apenas as receitas com soja que recuam nos EUA. O país obteve 27% menos dólares nas exportações de trigo neste ano. No mesmo período, as perdas com as vendas de milho atingiram 12%, segundo o Usda.

    Editoria de Arte/Folhapress

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    Pirataria Uma das bandeiras da recente criada Flaivet (Federação Latino-americana de Indústrias Veterinárias) é o combate à pirataria, ao contrabando e à falsificações de produtos veterinários na América Latina.

    Dificuldades No caso do Brasil, a extensa fronteira dificulta a fiscalização de contrabandos de produtos veterinários. Além disso, a punição é frágil, não inibindo novos casos de pirataria, segundo a federação.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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