• Colunistas

    Sunday, 16-Jun-2024 04:34:44 -03
    Vaivém

    Agricultura de precisão avança, mas mão de obra é escassa

    12/05/2015 02h00

    Pelo menos 42% dos produtores de Mato Grosso já fazem o uso da agricultura de precisão.

    "É um número surpreendente e mostra a capacidade de o produtor absorver as novas tecnologias no campo, diz Rui Prado, presidente do sistema Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso).

    Entra na pauta da agricultura, cada vez mais, a informação. São projetos de controle -com precisão- do clima e da eficiência dos insumos e das sementes.

    Essa inovações mostram ao produtor a quantidade certa e o momento exato da utilização desses produtos, segundo Prado.

    A tecnologia é um novo salto para a agricultura, que poderá dar um bom incremento no setor. No momento, porém, representa aumento de custo, devido à baixa utilização do potencial das novas máquinas, de acordo com Prado.

    As modernas máquinas agrícolas, às vezes, são como os celulares mais avançados e que, para muitos, servem apenas para receber e fazer chamadas.

    CUSTOS

    "É preciso aprender e entender essa tecnologia. Esse conhecimento é que vai trazer a redução de custos para o produtor", diz Prado.

    Na avaliação do presidente da Famato, o mundo começa a despertar cada vez mais para a tecnologia que gera informação e, na sequência, serve para uma prescrição do setor agrícola.

    Os dados coletados com a tecnologia vão indicar as necessidades agrícolas de cada talhão de terra. O importante, no entanto, é que o país abrace com seriedade o desenvolvimento próprio dessa tecnologia e que não fique a reboque dos outros.

    Para isso, é necessária a participação de governo, empresas e produtores no desenvolvimento dessa tecnologia própria, afirma Prado.

    O levantamento sobre a utilização da tecnologia em Mato Grosso foi feito pelo Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) a pedido do Senar (Sistema Nacional de Aprendizagem Nacional).

    O Senar quis aferir o uso da tecnologia no campo. Apesar dos bons ventos que ela traz, a maioria dos produtores entrevistados afirmou que não utiliza o maquinário com toda a sua capacidade, devido à falta de mão de obra qualificada.

    A pesquisa mostrou que 71% dos entrevistados apontaram aumento na eficiência nas lavouras a partir da qualificação dos trabalhadores nas fazendas.

    Mas apontou também que em nenhuma das regiões do Estado a satisfação dos produtores que receberam treinamento pelas revendas de maquinários foi superior a 50%, quando se tratou de capacitação de mão de obra.

    *

    Grande queda A exportação do complexo soja (grãos, farelo e óleo) recua para US$ 23,4 bilhões neste ano, US$ 8 bilhões menos do que no ano passado, conforme estimativa da Abiove.

    Grande salto Já a exportação de soja em grãos deverá atingir o recorde de 48 milhões de toneladas. O preço atual é 35% inferior ao de há um ano em Chicago.

    Café Os desafios e a sustentabilidade da produção no Brasil serão discutidos no fórum Coffee & Dinner do Cecafé, evento a ser realizado em São Paulo na próxima semana.

    Trigo O preço mínimo do trigo pão foi a R$ 34,98 por saca (R$ 33,45 antes).

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024