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    Vaivém

    Exportação brasileira de gado vivo cai 73% no ano

    18/06/2015 02h00

    Pecuaristas e exportadores de gado vivo não estão com vida fácil neste ano. As exportações desses animais recuaram para 95,7 mil bovinos em pé até o final de maio, 74% menos do que em igual período do ano passado.

    Com isso, o país registra o menor número de gado vivo exportado nos cinco primeiros meses do ano desde 2007.

    A queda nas exportações afeta principalmente a pecuária do Pará, Estado líder nas vendas externas de gado vivo.

    PORTEIRA FECHADA - Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

    Até maio do ano passado, os paraenses haviam exportado 362,8 mil cabeças de gado, um número bem acima dos 95,7 mil deste ano.

    Rio Grande do Sul e Minas Gerais, Estados que tradicionalmente também entram na lista dos exportadores, não mandaram bovinos para fora do país neste ano.

    O principal motivo dessa queda brusca é a desaceleração das compras da Venezuela, principal país importador de gado em pé do Brasil.

    Os venezuelanos, que chegaram a importar 306 mil animais até maio do ano passado, compraram apenas 53 mil neste ano.

    Essa queda de 83% ocorre devido à deterioração da economia venezuelana e à aceleração da inflação. Dependente do petróleo, cujas exportações representam mais do 90% da balança comercial do país, a Venezuela ficou com o crédito restrito devido à queda do óleo no mercado internacional.

    Mas não foi apenas a Venezuela quem pisou no freio nas compras. O Líbano, segundo maior importador de animais vivos do Brasil, comprou 54% menos neste ano. Parte dos importadores se dirigiram à Europa.

    O número menor de animais vendidos regou menos os cofres dos exportadores brasileiros, que receberam US$ 57 milhões neste ano, ante US$ 323 milhões em igual período do ano passado.

    Alguns fatores internos também contribuíram para esse recuo de vendas do Brasil. Os preços, devido à escassez de animais, estão aquecidos, encarecendo o produto para os importadores.

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    Renováveis Os produtos que têm como origem as matérias-primas renováveis ganham status nos Estados Unidos. O governo quer avançar na produção deles, principalmente combustíveis, bioquímicos e produtos manufaturados baseados no setor.

    Receitas O governo descobriu que esse setor industrial contribui com US$ 369 bilhões por ano para a economia e gera 4 milhões de empregos, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).

    Reforço O governo deverá incentivar esse segmento porque, a cada emprego criado no setor de matérias-primas renováveis, surge 1,6 em outros setores da economia.

    Reação O primeiro contrato da soja subiu para US$ 9,69 por bushel (27,2 quilos) nesta quarta-feira, em Chicago. Com isso, a oleaginosa acumula alta de 2% nos últimos sete dias, mas ainda cai 31% em relação a igual período de 2014.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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