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    Vaivém - Mauro Zafalon

    Com pressão de importadores por parcela do ganho com alta do dólar, cai receita de exportação de café

    11/08/2015 02h00

    Editoria de Arte/Folhapress

    O café, um dos produtos que vinham subindo e sustentando o saldo da balança comercial no ano passado, mantém tendência de queda nos preços neste início de mês.

    Negociada a US$ 205 no final de 2014, a saca esteve em US$ 157, em média, na primeira semana de agosto, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

    A queda ocorre mesmo com o volume exportado pelo Brasil ficando estável em relação ao de agosto do ano passado.

    Se o ritmo das exportações deste início de agosto continuar o mesmo até final do mês, a exportação de café em grãos vai ser de 2,67 milhões de sacas, mesmo volume de agosto do ano passado.

    A queda dos preços ocorre porque o Brasil vem intensificando as exportações de café. Na safra passada, que terminou em junho, as vendas externas brasileiras somaram o recorde de 36,5 milhões de sacas. Dessas, 33 milhões foram de produto em grãos.

    A queda de preço ocorre, ainda, porque os importadores querem parte do ganho que os produtores brasileiros obtêm com a queda do real.

    A valorização do dólar permite ao exportador e produtor brasileiro receber uma quantidade maior de reais nas exportações.

    O café cai também devido ao aumento das exportações da Colômbia. Em julho foi exportado 1,2 milhão de sacas, o maior volume desde 2007. Em 12 meses, os colombianos exportaram 11,8 milhões de sacas, ante 10,7 milhões em igual período anterior.

    A renovação dos cafezais permitiu uma produção de 1,5 milhão de sacas em julho, o maior volume desde 2007.

    Ao somar essa quantidade, os colombianos tiveram produção acumulada de 13 milhões de sacas em 12 meses.

    Assim como no Brasil, os números de produção de café na Colômbia são sempre uma incógnita.

    Um dado de que a quantidade aumenta, entretanto, é que os produtores do país já estão preocupados com o volume da safra. Para eles, a produção já começa a influenciar negativamente nos preços.

    No Brasil, as discussões sobre safra continuam aguerridas. O volume vai de 40 milhões a 52 milhões de sacas.

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    Embarque de carne suína cresce, mas receita recua

    Mauro Zafalon/Folhapress
    CARAMBEI, PA, BRASIL - 08.07.2015: Granja Suinos Fazenda Crambei. ( Foto: Mauro Zafalon/Folhapress)
    Maternidade de leitões em fazenda de Carambeí (PR)

    A participação russa nas exportações de carne suína continua dando impulso aos embarques brasileiros.

    Na primeira semana deste mês, as vendas externas do produto "in natura" somaram 2.400 toneladas por dia útil, 44% mais do que em igual período do ano passado.

    A venda de carne "in natura" deve repetir, em agosto, o desempenho de julho, superando 50 mil toneladas.

    No mês passado, somando todos os tipos de carne suína exportada, o Brasil colocou 60 mil toneladas no mercado externo. A Rússia foi líder nas importações, ao comprar 35 mil toneladas.

    A intensa presença da Rússia no Brasil ocorre devido às limitações impostas pelos russos às carnes suínas da Europa. Tradicionais importadores da União Europeia -700 mil toneladas por ano-, os russos fecharam esse mercado após os problemas políticos na Ucrânia.

    Os produtores europeus assimilaram o golpe e pedem aos líderes governamentais do bloco para que façam um acerto com os russos.

    Apesar do avanço do volume exportado pelo Brasil, as receitas encurtam. A tonelada de carne "in natura" caiu para US$ 2.656, um recuo de 28% ante agosto de 2014.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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