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    Vaivém - Mauro Zafalon

    Petróleo desaba, e preço médio de matérias-primas cai ao nível de 1999

    08/12/2015 02h00

    Marcelo Sayão/Efe
    Plataforma de petróleo no RJ; barril cai para US$37,65 em NY

    O barril do petróleo tipo Brent foi negociado a US$ 40,73 nesta segunda-feira (7), em Londres. É a menor cotação desde dezembro de 2008, quando o barril estava em US$ 40,55.

    O petróleo seguiu a mesma tendência no mercado de Nova York, onde o tipo West Texas foi comercializado a US$ 37,65 no final de expediente. Esse é o menor valor registrado pelo barril desde 2009, conforme acompanhamento de preços da Folha.

    A queda do petróleo provocou uma forte redução nos principais índices que acompanham os preços das commodities.

    Esses índices englobam acompanhamentos de preços das matérias-primas tanto nos setores agrícolas como nos minerais e de energia.

    O Índice Bloomberg Commodity recuou para o menor patamar desde junho de 1999. Já o Índice Thomson Reuters CRB caiu para o menor patamar desde 2002.

    A queda do petróleo ocorre porque a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) não vai manter a política de redução de produção para segurar os preços em patamares mais elevados.

    Com a possibilidade de oferta maior de óleo no mercado, os preços despencaram neste início de semana.

    Ao fechar a US$ 40,73 por barril em Londres, o petróleo do tipo Brent acumula uma queda de 41% em relação a um ano, quando os preços estavam cotados em US$ 69,07.

    Já o petróleo negociado em Nova York acumula queda de 42% no mesmo período.

    Os derivados de petróleo, como gasolina e diesel, seguiram a tendência de queda do óleo e tiveram preços menores nos principais mercados internacionais, como o dos Estados Unidos.

    *

    Queda interna A BM&FBovespa teve a negociação de 101 mil contratos no mês passado no setor agropecuário, 48% menos do que em igual período de 2014. Em relação a outubro, a queda foi de 22%.

    No ano Já as negociações acumuladas no ano caíram para 1,79 milhão de contratos, 25% menos do que o movimento de janeiro a novembro de 2014.

    Boi As negociações de contratos de boi no mercado futuro recuaram para 520 mil contratos no ano, 32% menos do que no ano passado. As com milho caíram 27%; e as com soja, 89%.

    Valor A queda no volume de contratos fez com que o volume financeiro da Bolsa do mês passado tivesse queda de 61% em relação ao de igual período do ano passado.

    Acumulado De janeiro a novembro deste ano, o volume financeiro dos produtos do setor agropecuário e de energia recuou para US$ 14,1 bilhões. No mesmo período do ano passado, havia somado US$ 25,3 bilhões.

    Seguindo o petróleo Os produtos agropecuários também acompanharam o petróleo e tiveram forte queda nos preços externos. A queda mais acentuada ocorreu em Chicago, onde são negociados grãos e oleaginosas.

    Soja A oleaginosa liderou as quedas de preços nesta segunda-feira, com o primeiro contrato sendo negociado a US$ 8,82 por bushel (27,2 quilos), recuo de 2,6%. A queda do milho foi de 2,1%; e a do trigo, 0,2%.

    Argentina A redução de preços da soja no mercado internacional ocorre, ainda, porque a redução de impostos sobre o produto, prometida pelo novo governo argentino, favorece as vendas dos estoques dos produtores.

    *

    Acionista da Pilão compra gigante nos EUA

    Com TATIANA FREITAS

    A empresa de investimentos alemã JAB, acionista da Jacobs Douwe Egberts (JDE), uma das gigantes do mercado de café, comprou a Keurig Green Mountain, líder no mercado de cápsulas dos EUA, por US$ 13,9 bilhões.

    No Brasil, a JDE é dona de marcas como Pilão, Café do Ponto, Caboclo e Senseo.

    Com a aquisição da norte-americana, conhecida pelas porções individuais K-Cup, a JAB cresce nos EUA e agita ainda mais o mercado de cápsulas, liderado pela Nestlé.

    Para Nathan Herszkowicz, diretor da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), as perspectivas promissoras para esse mercado atraem o interesse de grandes grupos cuja atividade principal não está relacionada ao café.

    A JAB também é acionista da empresa de cosméticos Coty e da fabricante de produtos de luxo Jimmy Choo.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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