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Cachorro deitado em tapete; animais correm perigo com remédios piratas |
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Saturday, 16-Nov-2024 04:34:08 -03Vaivém - Mauro Zafalon
Pirataria de remédio para animais chega a 15% e coloca pets em perigo
01/03/2016 02h00
O seu cão e o seu gato podem não estar sendo bem medicados. Mas o perigo ronda não só animais de estimação como bovinos, suínos, equinos e aves.
Isso porque pelo menos 15% dos medicamentos utilizados para a defesa da saúde animal no Brasil são piratas.
A pirataria vem tanto de produtos contrabandeados de países vizinhos como de fabricantes internos.
E os efeitos dessa pirataria são o de trazer problemas de saúde tanto para os humanos como para os animais.
A utilização de um medicamento sem qualidade não vai fazer efeito sobre a doença do animal. Pior, em alguns casos a persistência dessa doença coloca em risco a saúde humana.
No caso de outros animais, como bovinos, suínos e aves, a ineficácia e a impropriedade do medicamento pirata podem comprometer até a saúde dos consumidores dessas proteínas.
Essa pirataria de produtos destinados ao mercado de saúde animal (vacinas, medicamentos etc.) é um sinal de alerta, segundo Henrique Uchio Tada, presidente-executivo da Alanac (Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais). São produtos sem registros e sem comprovação de eficácia.
TAMANHO DO MERCADO - Produtos para saúde animal, em R$ milhões
Além de colocar em risco a saúde pública, a pirataria no setor traz sérias dificuldades financeiras para o setor devido à concorrência desleal, segundo Tada.
O mercado brasileiro de produtos para a saúde animal movimentou R$ 4,5 bilhões no ano passado, 12% mais do que em 2014.
O segmento de bovinocultura é o mais importante, com vendas de R$ 2,4 bilhões e crescimento de 8% no ano. O que mais cresce, no entanto, é o setor de medicamentos para o mercado de cães e gatos, cujas vendas somaram R$ 734 milhões em 2015, com evolução de 25% em relação às do ano anterior.
A pirataria aparece no mercado na forma de produtos sem testes e sem eficiência comprovada e também com a falsificação de embalagens de produtos de empresas tradicionais do mercado.
Aumenta até a oferta de produtos manipulados nas gôndolas das lojas, o que não deveria ocorrer. São produtos diferenciados e que servem apenas para consumos específicos, segundo Tada.
Há uma movimentação tanto de empresas nacionais como de outros países vizinhos para uma busca de soluções contra a pirataria, segundo o presidente da Alanac.
No Brasil, as medidas de combate à pirataria de produtos veterinários estão sendo estudadas no Conselho Nacional de Combate à Pirataria, sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça.
Entram ainda nessa lista de combate Anvisa, polícias Federal e Rodoviária, Inpi e Receita Federal.
O setor aguarda uma nova força nessa luta contra a pirataria. O Ministério da Agricultura fez um pedido para participar desse conselho, o que deverá ser avaliado na primeira quinzena deste mês.
AGRO TEM DE TER PERFIL DO CLIENTE, DIZ ESPECIALISTA
O agronegócio tem bom desenvolvimento, mas o desempenho das empresas seria ainda melhor se elas entendessem mais o perfil de distribuidores e consumidores.
Se a indústria fizer o que se faz em supermercados e farmácias –"fidelizar" e entender o setor–, o agronegócio teria mais eficiência.
A avaliação é de José Loyola, diretor da Agdata, empresa voltada para a montagem de sistemas de coleta de dados e avaliações de mercado.
As empresas gastam energia em montar sistema próprio para conseguir esses dados de inteligência. Os distribuidores de agroquímicos, por exemplo, atuam com diversas indústrias e têm de responder a vários sistemas para avaliar estoques, potencial do mercado e participação das empresa nas vendas.
Loyola diz que essa avaliação da inteligência dos negócios tem de ser unificada em um único formato padrão.
Os custos seriam menores para as indústrias e distribuidores na coleta de dados.
Comum nos EUA e no Canadá, empresas independentes fazem a coleta, diagnósticos e condensam informações espalhadas pela empresa.
Vaivém das Commodities
Por Mauro Zafalon
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.
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