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    Vaivém - Mauro Zafalon

    Volume exportado cresce, e milho é destaque na balança do agronegócio

    02/03/2016 02h00

    Lalo de Almeida/Folhapress
    Colheita de milho em fazenda; produto foi destaque na balança do agronegócio em fevereiro
    Colheita de milho em fazenda; produto foi destaque na balança do agronegócio em fevereiro

    Não fosse a queda de preços das commodities no mercado externo, o país estaria com o caixa bem mais cheio.

    O volume das exportações do agronegócio do mês passado supera, de longe, o de igual mês de 2015.

    Um dos destaques fica para o milho. Nunca se exportou tanto esse cereal como nos últimos seis meses, cujo volume acumulado já atinge 30 milhões de toneladas.

    Em igual período anterior, as exportações do cereal se limitavam a 16 milhões de toneladas.

    Aos poucos, o país vai se firmando como um grande exportador desse produto. Dólar favorável às exportações e mercado ávido pelo produto brasileiro fazem com que as vendas externas se tornem uma constante.

    O Brasil, no entanto, é um dos maiores produtores e exportadores de proteínas e necessita, portanto, de muito milho para a criação dos animais.

    DE GRÃO EM GRÃO - Exportações de milho em patamares recordes

    As consequências dessas exportações são óbvias sobre os preços, que aumentam. Em fevereiro do ano passado, uma saca de milho valia R$ 14 em Lucas do Rio Verde (MT). Neste ano, está em R$ 25, segundo cotações da Horizon Consultoria.

    O respingo dos preços passa pelo aumento de custos na produção de carnes, chega ao bolso dos consumidores e bate na inflação.

    O volume das exportações, até então recorde, poderá perder ritmo. Mas, provavelmente, o país ainda vai avançar mais no mercado externo nesse setor nos próximos anos.

    Uma das saídas para o atendimento desse crescimento das demandas interna e externa será uma elevação da produção, que já é crescente nos últimos anos.

    As vendas externas de milho somaram 5,4 milhões de toneladas no mês passado, um recorde para o mês e o terceiro maior volume exportado na história do país, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

    Esse cenário se repete para os demais itens da balança do agronegócio. Dos 16 principais produtos do setor, apenas 1 teve redução de volume exportado no mês passado, em relação a igual período anterior.

    Além do milho, que teve aumento de 361% no volume exportado no período, outros quatro itens também tiveram forte aceleração: soja, açúcar, carne suína e etanol.

    Quando se trata de preços, no entanto, todos tiveram queda nos valores médios de comercialização neste ano em relação a fevereiro de 2015.

    VOLUME EXPORTADO DE CARNES CRESCE 18% NO MÊS

    As exportações de carnes "in natura" somaram 431 mil toneladas em fevereiro, 18% mais do que em igual período do ano passado. A maior expansão ficou para a carne suína, que aumentou 89% no período. O volume desse segmento, no entanto, soma 44 mil toneladas. É o menor do setor de carnes.

    As exportações de frango atingiram 288 mil toneladas, com crescimento de 2%. Já a carne bovina, ao atingir 99,5 mil toneladas no mês passado, superou em 24% o volume de fevereiro de 2015.

    Se os volumes exportados aumentam, os preços vão na direção contrária. O valor da tonelada de carne suína recuou 33% no mês passado em relação a fevereiro de 2015. Já as carnes de frango e bovina caíram 16% e 9%, segundo a Secex.

    Vaivém das Commodities

    Por Mauro Zafalon

    Vaivém das Commodities

    Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.

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